As doenças inflamatórias intestinais (DIIs), que incluem a Colite Ulcerativa (RCU) e a Doença de Crohn, representam um desafio significativo para pacientes e médicos devido aos sintomas heterogêneos e períodos de recaídas e remissões.
Essas condições impactam profundamente a qualidade de vida, saúde mental e produtividade dos pacientes.
A primeira opção de tratamento é o medicamentoso para o controle dos sintomas e melhora na qualidade de vida dos pacientes.
No entanto, de 20% a 30% das pessoas com retocolite necessitarão de intervenção cirúrgica em algum momento.
Indicações para cirurgia
A cirurgia para retocolite ulcerativa é geralmente destinada para pacientes que não respondem aos tratamentos farmacológicos, como corticoides, infliximabe ou ciclosporina.
Além disso, complicações graves como megacólon tóxico, hemorragia intensa, perfuração intestinal, estenose e abscessos também indicam a necessidade de intervenção cirúrgica.
Tipos de cirurgia
Cirurgia de emergência
Em situações de emergência, como perfuração intestinal, megacólon tóxico ou hemorragia intensa, a intervenção cirúrgica imediata pode ser necessária para salvar a vida do paciente.
Nesses casos, as decisões devem ser rápidas e envolvem geralmente a remoção do segmento afetado do intestino e a criação de uma ileostomia temporária ou permanente.
A cirurgia de emergência é uma medida crítica para controlar a situação aguda e estabilizar o paciente.
Proctocolectomia com bolsa ileoanal (IPAA)
A proctocolectomia com bolsa ileoanal (IPAA) é uma das opções cirúrgicas mais comuns e eficazes para pacientes nessa condição.
Esse procedimento envolve a remoção total do cólon e do reto, com a criação de uma bolsa a partir do íleo que é conectada ao ânus, permitindo a continência fecal.
A IPAA é indicada principalmente para pacientes jovens, pois proporciona uma qualidade de vida melhor e permite o crescimento e desenvolvimento normais em pacientes pediátricos.
Colectomia total com ileostomia terminal
A colectomia total com ileostomia terminal é outra opção cirúrgica, indicada para pacientes que não podem ou não desejam a criação de uma bolsa ileoanal.
Nesse procedimento, todo o cólon é removido e uma abertura (estoma) é criada na parede abdominal para a saída das fezes. Essa operação é considerada fundamental para evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida.
Colectomia total com anastomose ileorretal
Para alguns pacientes, a colectomia total com anastomose ileorretal pode ser a escolha mais adequada.
Esse procedimento envolve a remoção do cólon e a conexão do íleo diretamente ao reto, mantendo a função retal. Esta operação é indicada para pacientes com reto saudável e que desejam evitar uma ileostomia permanente.
Benefícios das cirurgias para tratar a retocolite ulcerativa
As cirurgias para RCU oferecem vários benefícios significativos. Além de aliviar os sintomas graves e prevenir complicações fatais, os pacientes geralmente experimentam uma melhoria substancial na qualidade de vida pós-operatória.
As intervenções cirúrgicas também podem melhorar a saúde nutricional e o crescimento, particularmente em pacientes pediátricos que sofrem de desnutrição devido à doença.
Planejamento cirúrgico
Antes de qualquer intervenção cirúrgica, é essencial que o paciente seja bem informado sobre o procedimento, riscos, benefícios e alternativas.
O planejamento pré-operatório cuidadoso e seguir todas as recomendações após o procedimento é fundamental para evitar recidivas e complicações.
Um plano de cuidados personalizado deve ser implementado para monitorar a recuperação do paciente e ajustar o tratamento conforme necessário.
Avanços na cirurgia robótica
Os avanços na cirurgia robótica têm revolucionado o tratamento cirúrgico da RCU.
A precisão e a minimização da invasividade proporcionadas pela cirurgia robótica resultam em menor tempo de recuperação, menos dor pós-operatória e menores taxas de complicações.
Vale ressaltar que o método cirúrgico escolhido é feito entre o médico e o paciente levando em conta o estado de saúde, comprometimento causado pela doença e condições clínicas da pessoa em tratamento.