A Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) é uma técnica avançada utilizada no tratamento de cânceres abdominais, especialmente o câncer colorretal.
Combinando cirurgia e quimioterapia, a HIPEC oferece uma abordagem eficaz para tratar tumores que se espalharam pelo peritônio.
No entanto, nem todos os pacientes são candidatos a este tratamento. A seleção adequada é fundamental para maximizar os benefícios e minimizar os riscos.
Mas, como funciona a HIPEC?
A HIPEC envolve a administração de quimioterapia aquecida diretamente na cavidade abdominal após a remoção cirúrgica dos tumores visíveis.
O calor aumenta a eficácia dos medicamentos quimioterápicos, ajudando a destruir células cancerígenas remanescentes. Por ser um procedimento complexo, a avaliação dos pacientes deve ser bastante criteriosa.
Avaliação inicial
O primeiro passo na seleção de pacientes para a HIPEC é uma avaliação detalhada da condição geral de saúde do paciente. Isso inclui a análise do histórico médico, exames físicos e testes laboratoriais.
Pacientes com comorbidades significativas podem não ser candidatos ideais devido ao risco aumentado de complicações.
A condição funcional do paciente é outro critério essencial levado em conta na hora da anamnese. Pacientes com boa condição física têm maior probabilidade de suportar o procedimento cirúrgico e a quimioterapia intraperitoneal.
O estado psicológico do paciente também deve ser considerado. O tratamento com HIPEC é intensivo e pode ser desgastante emocionalmente.
Pacientes que demonstram resiliência e uma atitude positiva tendem a lidar melhor com os desafios do tratamento.
Outro ponto avaliado é o estadiamento da doença para determinar a adequação do paciente para a HIPEC.
Pacientes com câncer colorretal que se espalhou somente para o peritônio são os principais candidatos. Tumores com metástases distantes, como no fígado ou nos pulmões, geralmente não são indicados para este tratamento.
Avaliação da ressecabilidade tumoral
Durante a cirurgia citorredutora, o cirurgião remove o máximo possível de tumor visível.
A HIPEC é indicada quando se acredita que todos ou quase todos os tumores visíveis podem ser removidos cirurgicamente.
Tumores que são considerados irressecáveis não se beneficiam deste procedimento.
Expectativa de vida
A expectativa de vida também é um fator determinante. A HIPEC é mais indicada para pacientes com uma expectativa de vida suficientemente longa para se beneficiar do tratamento.
Pacientes com doenças terminais ou expectativa de vida muito limitada podem não ser bons candidatos.
Exames pré-operatórios
Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de pósitrons (PET), são usados para avaliar a extensão do câncer e a viabilidade da HIPEC.
Esses exames ajudam a identificar a localização e o tamanho dos tumores, bem como a presença de metástases.
Avaliação multidisciplinar
A decisão de submeter um paciente à HIPEC envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas, coloproctologistas, radiologistas e outros especialistas.
Esta abordagem colaborativa assegura que todos os aspectos do caso do paciente sejam considerados, proporcionando uma decisão bem informada.
Informações e consentimento
Antes de prosseguir com a HIPEC, é essencial que os pacientes recebam informações detalhadas sobre os riscos, benefícios e expectativas do tratamento.
O consentimento informado é uma parte vital do processo de seleção, garantindo que o paciente esteja ciente de todas as implicações.
Pós-operatório
Finalmente, o monitoramento pós-operatório é uma continuação do processo de seleção. Pacientes que respondem bem à fase inicial de recuperação têm maior probabilidade de se beneficiar a longo prazo do tratamento com HIPEC.
O acompanhamento regular permite detectar e tratar precocemente qualquer complicação. A seleção de pacientes para a HIPEC é um processo detalhado e multifacetado.
Cada caso é único e requer uma avaliação individualizada para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz.
Com uma abordagem criteriosa e uma equipe multidisciplinar dedicada, o tratamento pode oferecer uma opção terapêutica promissora para pacientes com câncer colorretal avançado.