O prolapso retal acontece quando o reto, porção final do intestino, escapa para fora do ânus, ficando exposta do lado de fora do corpo. O prolapso retal pode ser parcial ou total.
Quando ele é parcial, apenas uma pequena parte da mucosa do reto fica visível dificultando o diagnóstico clínico, já no prolapso total, todo o reto é projetado para fora do ânus, gerando uma grande massa avermelhada e dolorida na região.
É importante não confundir o prolapso retal com as hemorroidas. Enquanto no prolapso é o reto que se projeta para fora do ânus, as hemorroidas são veias do intestino que se dilatam e podem ou não vistas via anal.
Principais sintomas
Muitas pessoas com prolapso retal parcial não apresentam sintomas ou apenas um pequeno nódulo ou caroço no ânus. Porém, quando o problema se agrava, os pacientes podem apresentar os seguintes sintomas:
- dificuldade para evacuar ou sensação de evacuação incompleta;
- ardência no ânus;
- sangramento anal ou presença de sangue ou muco nas fezes;
- alteração dos hábitos intestinais – constipação ou diarreia frequentes;
- cólicas ou dor abdominal;
- sensação de peso ou uma massa no ânus.
Apesar de ser mais comum em mulheres, principalmente a partir dos 60 anos, devido ao envelhecimento e perda de força da musculatura da região, o prolapso retal pode atingir também homens e crianças.
Por que crianças podem ter prolapso retal?
Nos bebês e crianças pequenas, de até três anos de idade, pode acontecer o prolapso retal porque elas ainda não tem a musculatura anal desenvolvida e o reto fixado na parede abdominal.
É um problema relativamente comum nessa faixa etária e quando as crianças ou bebês têm diarreia, costumam projetar o reto para fora do ânus.
Nesta faixa etária, o tratamento consiste em reintroduzir o reto no interior do ânus e manter o acompanhamento. Com o crescimento e desenvolvimento das crianças, o problema tende a melhorar e o reto se fixar sozinho na parede anal.
Causas do prolapso retal
Vários fatores podem causar o prolapso retal, entre eles o esforço excessivo para evacuar, prisão de ventre crônica, enfraquecimento dos músculos abdominais ou anais, perda de peso repentina, malformação intestinal e alguns exercícios físicos realizados de maneira incorreta.
O prolapso retal também pode ser originado devido a traumas na região do ânus, como cirurgias ou acidentes, traumatismo pélvico ou lombar, parto, aumento da próstata, esclerose múltipla, alterações neurológicas, etc.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico pode ser ser feito em consultório, através do exame proctológico, quando o prolapso é total ou com o auxílio de exames de imagem, como a colonoscopia, retossigmoidoscopia ou radiografias com contraste para detectar a extensão do problema.
Constatada a doença e a extensão dela, o coloproctologista vai indicar o melhor tratamento. De uma maneira geral, o primeiro passo é reintroduzir o reto no ânus.
Esse processo pode ser feito no próprio consultório médico. Podem também ser prescritos medicamentos que vão ajudar na constipação intestinal ou no amolecimento das fezes.
Uma alteração na dieta pode ajudar a melhorar a constipação intestinal, além da ingestão de pelo menos dois litros de água por dia.
Se nada disso funcionar, o paciente pode ser submetido a uma cirurgia, onde parte do reto pode ser retirada ou afixada na parede do intestino.
Caso o paciente não faça o tratamento, pode ocorrer o agravamento do prolapso retal e culminar em uma incontinência fecal, que é a incapacidade de segurar as fezes.