Dr. Rodrigo Gomes

Citorredução Cirúrgica com HIPEC: Avanços no Tratamento de Neoplasias Peritoneais

Citorredução Cirúrgica com HIPEC Avanços no Tratamento de Neoplasias Peritoneais

A citorredução cirúrgica associada à quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) tem se destacado como um dos tratamentos mais eficazes para algumas neoplasias peritoneais. 

Essas técnicas combinadas oferecem uma nova perspectiva no combate a tumores que afetam o peritônio, proporcionando maior sobrevida e melhor qualidade de vida para os pacientes. 

O princípio básico da citorredução cirúrgica é remover o máximo possível de tumor visível, enquanto a HIPEC age diretamente sobre as células tumorais microscópicas remanescentes.

Seleção dos pacientes

Um dos pontos mais importantes para o sucesso do tratamento é a seleção rigorosa dos pacientes. Nem todos os portadores de neoplasias peritoneais são candidatos a esse procedimento.

Apenas pacientes que apresentam boas condições clínicas e nutricionais, além de uma avaliação cardiológica favorável, sem doenças associadas que possam aumentar o risco operatório, podem se beneficiar da citorredução com HIPEC. 

Essa abordagem garante que os riscos sejam minimizados, proporcionando melhores chances de recuperação.

Além da avaliação clínica, outro critério analisado é a possibilidade de se realizar uma citorredução completa. 

Isso significa que todo o tumor visível deve ser removido durante a cirurgia, pois apenas nesses casos a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica será aplicada.

Neoplasias que podem ser tratadas com a citorredução com HIPEC

Diversas neoplasias peritoneais podem ser tratadas com a citorredução cirúrgica e a HIPEC, entre elas o câncer colorretal metastático, o pseudomixoma peritoneal, o mesotelioma peritoneal e alguns tipos de câncer de ovário. 

Para cada uma dessas doenças, a abordagem tem se mostrado promissora, especialmente quando o diagnóstico é feito precocemente e a doença ainda se encontra limitada ao peritônio.

O câncer colorretal com metástase peritoneal, por exemplo, é uma das principais indicações para a citorredução com HIPEC. 

Pacientes com esse tipo de metástase geralmente apresentam um prognóstico reservado, mas o tratamento combinado tem se mostrado capaz de prolongar significativamente a sobrevida. 

O mesmo ocorre com o pseudomixoma peritoneal, uma condição rara, porém agressiva, onde o tratamento cirúrgico combinado à HIPEC é considerado o padrão-ouro.

Outro tipo de neoplasia que se beneficia dessa técnica é o mesotelioma peritoneal, um câncer que afeta o revestimento do abdômen. 

Pacientes submetidos à citorredução e HIPEC para o tratamento do mesotelioma peritoneal também têm apresentado melhores taxas de sobrevida em comparação aos métodos tradicionais. 

No caso de alguns tipos de câncer de ovário, especialmente aqueles em estágio avançado e com disseminação peritoneal, a HIPEC tem sido uma alternativa terapêutica com resultados promissores.

Como a HIPEC funciona?

Após a cirurgia, a cavidade abdominal é preenchida com uma solução de quimioterapia aquecida, entre 41°C e 43°C, temperatura considerada ideal, pois o calor ajuda a aumentar a eficácia da quimioterapia, danificando as células tumorais enquanto minimiza o impacto nos tecidos saudáveis, por um período de 60 a 90 minutos. 

O calor potencializa o efeito dos medicamentos quimioterápicos, aumentando a sua penetração nas células cancerosas e, ao mesmo tempo, diminuindo os efeitos colaterais sistêmicos, uma vez que a quimioterapia é aplicada diretamente no local afetado.

Com a quimioterapia  aplicada diretamente no abdômen do paciente logo após a remoção cirúrgica dos tumores visíveis, as chances de combater as micrometástases aumentam, melhorando a sobrevida do paciente livre da doença.

Sucesso do tratamento

É importante destacar que, para o sucesso do tratamento, o momento da intervenção cirúrgica faz total diferença. 

A detecção precoce das neoplasias peritoneais permite que a citorredução e a HIPEC sejam aplicadas em uma fase onde o impacto no controle da doença é mais efetivo. 

Por isso, o acompanhamento médico regular e a realização de exames diagnósticos periódicos são essenciais para a identificação de possíveis recidivas ou disseminações.

Embora a citorredução e a HIPEC representem um avanço significativo no tratamento de neoplasias peritoneais, é necessário que cada caso seja analisado individualmente.

O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, composta por oncologistas, cirurgiões, coloproctologistas, anestesistas e especialistas em cuidados intensivos, que avaliam cada paciente de forma criteriosa, garantindo a indicação correta e os melhores resultados possíveis.

Em suma, a citorredução cirúrgica com HIPEC oferece uma esperança renovada para pacientes com neoplasias peritoneais.

Apesar dos desafios associados a esse tipo de tratamento, os avanços técnicos e a seleção adequada dos pacientes têm permitido resultados cada vez mais animadores, destacando essa técnica como uma importante arma no combate ao câncer abdominal.

Citorredução Cirúrgica com HIPEC: Avanços no Tratamento de Neoplasias Peritoneais

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