Dr. Rodrigo Gomes

Cirurgia de câncer de reto: Quem precisa operar e quem pode fazer tratamento não operatório?

Cirurgia de câncer de reto Quem precisa operar e quem pode fazer tratamento não operatório

A cirurgia de câncer de reto é um procedimento médico importante para muitos pacientes diagnosticados com câncer nessa parte do intestino grosso. 

No entanto, a necessidade de intervenção cirúrgica varia, pois avanços na medicina têm possibilitado abordagens não operatórias para alguns pacientes. 

Neste artigo, exploraremos em que casos a cirurgia de câncer de reto é indispensável, quais são as opções de tratamento não operatório e como esses métodos são determinados pelos médicos.

O câncer de reto é um tipo de câncer colorretal que se desenvolve no segmento final do intestino grosso. 

Ele está diretamente ligado a fatores como idade, histórico familiar, dieta, estilo de vida e condições prévias como doenças inflamatórias intestinais. 

A escolha entre cirurgia de câncer de reto e tratamentos alternativos depende de múltiplos fatores, incluindo o estágio da doença, a localização do tumor e a saúde geral do paciente.

O Que é o Câncer de Reto?

O câncer de reto é uma neoplasia maligna que se forma no revestimento do reto, a última porção do intestino grosso, antes do ânus. 

Ele pode se espalhar para outros órgãos se não tratado adequadamente, e os sintomas incluem sangramento retal, alterações no ritmo intestinal, dores abdominais, perda de peso e fadiga.

Embora o tratamento do câncer de reto varie conforme o estágio, a cirurgia de câncer de reto é uma das opções mais comuns e eficazes para remover o tumor. 

No entanto, tratamentos adicionais, como quimioterapia e radioterapia, podem ser recomendados, dependendo da progressão do câncer.

Quando a Cirurgia é Necessária?

A decisão de realizar a cirurgia de câncer de reto depende do estágio e localização do tumor, além da avaliação médica sobre a melhor abordagem para o paciente.

Em geral, a cirurgia é indicada em casos nos quais o tumor se encontra em estágios avançados ou compromete significativamente o funcionamento do reto.

Câncer em Estágios Avançados

Nos casos em que o câncer já penetrou as camadas musculares do reto ou invadiu tecidos próximos, a cirurgia de câncer de reto é muitas vezes a melhor opção para remover a doença. 

Nesse caso, o objetivo é evitar a disseminação do câncer para outros órgãos.

Tumores Obstrutivos

Tumores maiores que bloqueiam parcial ou totalmente o reto podem causar problemas graves, como obstruções intestinais, o que torna a cirurgia de câncer de reto uma medida necessária. 

Em casos como esses, a remoção do tumor é fundamental para restaurar o trânsito intestinal e aliviar o paciente.

Comprometimento da Função Retal

Quando o câncer afeta a função normal do reto, a cirurgia pode ser indicada para preservar a saúde e a qualidade de vida do paciente. 

Esse tipo de comprometimento ocorre, por exemplo, quando o tumor atinge os músculos que controlam a evacuação.

Tipos de Cirurgia para o Câncer de Reto

Existem diferentes tipos de cirurgia de câncer de reto, que variam conforme o estágio do tumor e a localização exata dentro do reto. 

Abaixo estão alguns dos principais tipos de cirurgia:

Ressecção Transanal

A ressecção transanal é indicada para pequenos tumores localizados próximos ao ânus. 

Essa técnica permite a remoção do tumor através do canal anal, sem a necessidade de incisões externas. 

Esse procedimento é geralmente recomendado para casos iniciais e oferece um tempo de recuperação mais curto.

Ressecção Anterior Baixa

A ressecção anterior baixa é um procedimento mais complexo e comum para tumores localizados na parte superior ou média do reto. 

Durante essa cirurgia de câncer de reto, o cirurgião remove a área afetada e reconecta o cólon com a parte restante do reto ou com o ânus, preservando o controle da evacuação.

Amputação Abdominoperineal do reto

Esse tipo de cirurgia é indicado para tumores mais próximos do ânus, em estágios mais avançados. 

Durante a amputação abdominoperineal, o reto e o ânus são removidos, e o paciente passa a usar uma colostomia definitiva. 

Embora seja uma cirurgia mais invasiva, ela é essencial em certos casos para garantir a remoção completa do tumor.

Leia também: Qualidade de vida depois da cirurgia de câncer retal

Quando é Possível Evitar a Cirurgia de Câncer de Reto?

A boa notícia é que, para alguns pacientes, é possível evitar a cirurgia de câncer de reto

A escolha por tratamentos não operatórios é considerada para pacientes em estágios iniciais do câncer ou para aqueles que têm contra indicações à cirurgia.

Radioterapia e Quimioterapia Neoadjuvantes

Pacientes com tumores localizados podem se beneficiar de tratamentos neoadjuvantes, como a radioterapia e quimioterapia

Esses tratamentos têm o objetivo de reduzir o tamanho do tumor antes de qualquer intervenção cirúrgica e, em alguns casos, podem eliminar o tumor completamente, dispensando a cirurgia. Mas essa é uma discussão que deve ser individualizada, visto que os resultados oncológicos podem não ser tão efetivos quanto a cirurgia radical. 

Vigilância Ativa

A vigilância ativa é uma abordagem que envolve monitoramento rigoroso do paciente após a quimio e radioterapia, para aqueles casos nos quais o tumor apresentou resposta clínica completa, ou seja, o tumor não é mais identificado na colonoscopia ou na ressonância magnética. 

Pacientes que apresentam uma resposta completa, onde não há evidência do tumor após os tratamentos, podem ser acompanhados em vez de serem submetidos a cirurgia radical.  

Essa abordagem é recomendada para pacientes que respondem bem à terapia e não apresentam sinais de crescimento do tumor nos exames de imagem. No entanto, deve-se se discutir os prós e os contras dessa abordagem, visto que em casos de recorrência local, a presença simultânea de metástases à distância tem sido um problema a ser enfrentado. 

Imunoterapia

Em casos específicos, os médicos podem optar por terapias alvo, que utilizam medicamentos para bloquear o crescimento do câncer. 

Esses tratamentos são indicados para pacientes que apresentam certas características genéticas do tumor, que respondem melhor a medicamentos específicos. 

É uma opção considerada em centros especializados, onde o diagnóstico genético pode indicar uma abordagem menos invasiva que a cirurgia de câncer de reto.

Vantagens e Desvantagens de Evitar a Cirurgia

Optar por tratamentos não operatórios pode trazer várias vantagens, mas também apresenta algumas limitações que devem ser consideradas pelo paciente e pelo médico.

Vantagens do Tratamento Não Operatório

  • Preservação da Função Retal: Pacientes que conseguem evitar a cirurgia mantêm a funcionalidade do reto, o que melhora a qualidade de vida.
  • Recuperação Mais Rápida: Ao não passar por uma cirurgia, o tempo de recuperação é geralmente menor, o que permite ao paciente retornar às atividades normais mais cedo.
  • Menor Risco de Complicações: A cirurgia envolve riscos de infecção, complicações e outros efeitos colaterais. Com tratamentos não cirúrgicos, esses riscos são minimizados.

Desvantagens do Tratamento Não Operatório

  • Monitoramento Contínuo: A vigilância ativa requer monitoramento frequente, o que pode ser desgastante para alguns pacientes.
  • Possível Recorrência do Câncer: Em alguns casos, o câncer pode voltar, e a cirurgia pode ser necessária posteriormente. Em porcentagem significativa, a recorrência local se apresenta com recorrência sistêmica. 
  • Limitada a Certos Pacientes: Nem todos os pacientes se qualificam para essa abordagem, e os critérios de elegibilidade são rigorosos.

Como é Determinada a Melhor Opção de Tratamento?

A decisão entre realizar a cirurgia de câncer de reto ou optar por tratamentos alternativos é tomada com base em uma avaliação médica detalhada. 

O médico irá considerar fatores como a extensão do tumor, resposta a terapias prévias, condições de saúde geral do paciente e preferências pessoais.

Exames de Imagem

Exames de imagem, como a ressonância magnética e tomografia, são fundamentais para avaliar o tamanho, localização e extensão do tumor. 

Esses exames ajudam a decidir se a cirurgia de câncer de reto é a melhor abordagem ou se tratamentos alternativos podem ser suficientes.

Avaliação da Resposta ao Tratamento

Para pacientes que passam por quimioterapia ou radioterapia antes da cirurgia, a resposta ao tratamento é avaliada. 

Casos que mostram uma resposta completa podem ser considerados para vigilância ativa.

Acompanhamento Multidisciplinar

A decisão de tratamento muitas vezes envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas, radioterapeutas e cirurgiões, para definir a melhor abordagem. 

Essa colaboração entre especialistas garante que o tratamento seja personalizado para as necessidades de cada paciente.

Conclusão

A cirurgia de câncer de reto é um procedimento que continua sendo a principal abordagem para muitos pacientes com câncer de reto, especialmente aqueles em estágios avançados ou com comprometimento da função retal. 

No entanto, avanços nas áreas de quimioterapia e radioterapia têm permitido alternativas para alguns pacientes, proporcionando opções menos invasivas e com menor impacto na qualidade de vida.

Optar pela cirurgia ou por um tratamento não-operatório é uma decisão que deve ser tomada com cuidado e sempre com o suporte de uma equipe médica especializada. 

Exames, resposta ao tratamento e monitoramento contínuo são essenciais para garantir a melhor escolha para cada paciente.

Cirurgia de câncer de reto: Quem precisa operar e quem pode fazer tratamento não operatório?

Agende sua Consulta Presencial ou Online

Não espere. Agende sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo em direção à sua jornada de cura e recuperação. Nossa equipe está aqui para apoiá-lo em cada etapa do caminho.