A diverticulose, ou doença diverticular, se caracteriza pela presença de divertículos no intestino grosso, ou seja, pequenos sacos que podem atingir o órgão como um todo, principalmente do lado esquerdo.
Os divertículos podem ser hipotônicos ou hipertônicos. O primeiro é resultado do afrouxamento da musculatura lisa do intestino e o segundo é provocado pelo aumento anormal do tônus dessa mesma musculatura e pelo crescimento significativo da pressão no cólon.
Quando a dieta contém poucas fibras, que ajudam a criar um volume fecal maior, as contrações do cólon são favorecidas. Em dietas à base de carboidratos simples e proteínas, a pressão dentro do intestino aumenta e as camadas internas se projetam através das camadas musculares externas, gerando as bolsas em formato de balões.
Apesar da ligação da doença com a dieta, com o passar dos anos, a musculatura lisa do cólon vai perdendo a elasticidade naturalmente, e por isso estima-se que metade da população, ao chegar aos 50 anos, irá apresentar essas saculações no intestino. Já aos 80 anos, a grande maioria da população terá divertículos, que costumam ser assintomáticos.
As saculações costumam variar entre 0,25 cm e 2,5 cm e algumas pessoas apresentam sintomas como dor abdominal e mudança de hábito intestinal, o que caracteriza a doença e requer a realização de exames para confirmar o diagnóstico. Entre eles estão testes laboratoriais simples, exames radiológicos e a endoscopia.
Complicações possíveis
A complicação mais comum da doença diverticular é o desenvolvimento de uma infecção nos divertículos, chamada diverticulite. Nesse caso, o paciente pode apresentar febre, mal-estar geral, dor permanente no abdômen e interrupção no funcionamento intestinal.
Geralmente, 80% dos casos de diverticulite respondem ao tratamento com antibióticos via oral ou via venosa. Depois de quatro ou cinco semanas da intervenção medicamentosa, é necessário que o paciente faça uma colonoscopia para confirmar o diagnóstico.
Como o exame poderia perfurar os divertículos, causando infecções mais graves, é necessário primeiro realizar o tratamento com medicação. Mesmo com a recuperação do paciente, é necessário confirmar o diagnóstico porque os sintomas são semelhantes ao do câncer colorretal e da doença de Chron, por exemplo, que possuem tratamentos distintos.
Em situações mais graves, em que os abscessos são maiores, em grande quantidade ou não houve resposta do antibiótico, é necessário fazer punção transcutânea para drenar o abscesso ou cirurgia de emergência, já que os divertículos podem evoluir.
Nesse caso, as bolsas podem vir a apresentar perfurações, o que aumenta o risco de resíduos intestinais escaparem para a cavidade abdominal e levar à mais uma complicação: a peritonite, grave infecção no abdômen.
Para a realização da cirurgia, é necessário realizar uma colostomia, em que parte do intestino grosso é colocado na parede do abdômen. Dentro de alguns meses o processo poderá ser revertido e a bolsa de colostomia é retirada.
De maneira geral, a diverticulose é uma doença que pode ser prevenida com ingestão de alimentos ricos em fibra, como frutas, vegetais, cereais integrais e grãos. Pessoas diabéticas e com o sistema imunológico comprometido devem ter atenção extra para evitar a formação de divertículos, devido às complicações infecciosas.