Dr. Rodrigo Gomes

A cirurgia citorredutora no tratamento da carcinomatose peritoneal

A carcinomatose peritoneal é uma neoplasia localizada no peritônio, tecido que reveste toda a cavidade abdominal. Essa enfermidade costuma ser causada por outros tumores que se disseminaram pela região, como o câncer de ovário, colorretal ou o pseudomixoma, que se origina de uma lesão no apêndice. Mais raramente, ela também pode se originar no próprio peritônio, denominando-se mesotelioma peritoneal.

Historicamente, esse tipo de tumor esteve sempre associado à uma alta taxa de mortalidade, já que costuma ser detectado tardiamente. Nesse sentido, a cirurgia citorredutora é um tratamento que se apresentou eficaz para aumentar a sobrevida desses pacientes, que, até então, passavam por quimioterapia venosa, mas sem resultados muito satisfatórios. 

Como funciona a cirurgia citorredutora

Essa intervenção cirúrgica busca remover os focos de células tumorais espalhados sobre a cavidade abdominal, reduzindo a quantidade de tumores visíveis. Em alguns casos, pode ser necessário até mesmo retirar o peritônio da região acometida para que o procedimento seja efetivo. 

Como essa é uma cirurgia altamente invasiva, só é indicada para pacientes em que a citorredução completa é possível. É fundamental que o paciente esteja em condições clínicas e nutricionais satisfatórias para passar pela cirurgia. 

Depois da retirada de toda a doença visível, é provável que ainda restem células cancerígenas microscópicas, de maneira que a complementação do tratamento com o HIPEC – Hyperthermic Intraperitoneal Chemotherapy é indicada no caso de pseudomixoma peritoneal e mesotelioma peritoneal. 

Como funciona o tratamento com HIPEC

Após a remoção do tumor, o abdômen do paciente é suturado e sua cavidade abdominal é irrigada com uma solução quimioterápica aquecida a 42ºC. Uma bomba possibilita que o líquido circule sobre os tecidos moles do paciente por cerca de 30 a 90 minutos. 

A vantagem desse tratamento sobre a quimioterapia administrada por via venosa é a alta concentração da medicação sobre as células cancerígenas, além de efeitos colaterais mais brandos. A alta temperatura é essencial para permitir a penetração da droga no interior das células tumorais. 

No caso da carcinomatose peritoneal por câncer colorretal, a associação da cirurgia citorredutora com o HIPEC não é mais indicada, já que diversas evidências recentes apontaram que a medicação não foi bem sucedida no aumento da sobrevida dos pacientes. 

A cirurgia citorredutora no tratamento da carcinomatose peritoneal

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