Esses são problemas comuns em pessoas mais idosas e, frequentemente, assintomáticos.
Porém, em alguns casos, complicações que não puderam ser controladas com medicamentos e outros recursos só poderão ser tratadas com uma cirurgia, em que a parte afetada do intestino é removida.
O que é diverticulose e diverticulite
Diverticulose ou doença diverticular é uma enfermidade caracterizada pelo surgimento de pequenos balões ou bolsas que se projetam para fora do intestino. Eles costumam ser causados pelo excesso ou falta de tônus muscular do órgão e parecem estar presentes no cólon da maioria das pessoas acima de 80 anos.
Muitos dos portadores de diverticulose não apresentam sintomas, mas o paciente pode notar desconforto abdominal e alterações no hábito intestinal.
Já a diverticulite é uma complicação da diverticulose. Trata-se de uma inflamação causada pelo acúmulo de bactérias dentro dos divertículos, fazendo com que essas pequenas bolsas infeccionem.
Nesse caso, o paciente poderá apresentar febre, mal-estar geral, dor permanente no abdômen e interrupção no funcionamento intestinal.
Cirurgia para diverticulose crônica
Mesmo pessoas que têm diverticulite com muita frequência ou sintomas crônicos de diverticulose costumam não ter complicações sérias, mas elas ainda são possíveis.
Em alguns casos, inflamação recorrente pode causar fístulas ou estreitamento do intestino. Ambas as situações podem levar à outras complicações mais graves, então a cirurgia para diverticulose pode ser indicada.
Para aliviar sintomas como dor abdominal ou problemas digestivos, a medicação ou mudança na dieta costumam ser suficientes. Entretanto, estudos sugerem que em alguns pacientes a cirurgia pode ser mais efetiva do que os tratamentos não-invasivos.
Cirurgia para diverticulite aguda
A cirurgia nem sempre é necessária em casos de diverticulite, já que os antibióticos costumam ter sucesso no controle da infecção. Entretanto, caso os medicamentos não sejam suficientes e os abscessos se formarem, o procedimento cirúrgico será necessário para evitar complicações mais sérias.
Sem o tratamento adequado, a diverticulite pode causar perfuração da parede intestinal ou inflamação do peritônio, tecido que reveste toda a cavidade abdominal. Ambas as situações podem causar sepse do organismo.
Em pessoas com abcessos muito grandes, a cirurgia também pode ser útil, já que essa condição está associada à reincidência da diverticulite.
Como a cirurgia para diverticulite é feita
A cirurgia de diverticulose ou diverticulite vai remover a porção do intestino afetada pela doença. A técnica mais utilizada é chamada de sigmoidectomia, em que o cólon sigmóide, parte do intestino grosso mais próxima do reto, é removido.
Embora essa seja a região do intestino mais acometida pela doença diverticular, podem existir outras porções do órgão com divertículos, mas não é possível remover todas elas.
A sigmoidectomia pode ser realizada tanto por via aberta quanto minimamente invasiva, com a laparoscopia ou cirurgia robótica. No procedimento, depois que a porção afetada do intestino é removida, as duas pontas restantes são conectadas com suturas para estabelecer o trânsito normal da digestão.
Como todo procedimento, a cirurgia para diverticulite oferece riscos, então é importante avaliar, caso a caso, a real necessidade da operação. Essa decisão deve ser tomada de maneira compartilhada pelo médico e paciente, de acordo com os sintomas da doença.