Fator de risco é tudo aquilo que pode aumentar as chances de uma pessoa desenvolver uma doença. Principalmente no caso do câncer colorretal, conhecer os fatores de risco é fundamental para que as pessoas tomem consciência de quais dos seus hábitos ou comorbidades podem estar colocando sua saúde em perigo.
Ter um ou mais fatores de risco para o câncer de intestino não significa que você vai ter a doença. Há inúmeros casos de pessoas que desenvolveram tumores sem nenhuma relação com fatores de risco, e vice-versa. Entretanto, isso não anula a importância de conhecer os fatores de risco, então continue lendo para entender como cada um deles pode aumentar as chances de desenvolver câncer colorretal.
Obesidade
Os mecanismos biológicos pelos quais a obesidade aumenta os riscos de desenvolver câncer colorretal ainda não estão muito claros. No entanto, as estatísticas de diversos estudos continuam a associar as duas enfermidades, tanto em homens quanto em mulheres.
Enquanto alguns estudos associam o alto índice de gordura visceral à formação de pólipos, outros levam em conta o Índice de Massa Corporal acima de 30, classificado como obesidade, para fazer essa mesma relação.
Outras pesquisas demonstraram que o diabetes tipo II e a resistência à insulina causadas pela obesidade podem ser as verdadeiras responsáveis pela formação de tumores.
Independentemente dos motivos, não há dúvidas entre a comunidade médica de que fazer o controle do peso, principalmente no começo da vida adulta, é fundamental na prevenção do câncer colorretal e de outras doenças.
Dieta
A alimentação tem um papel fundamental na prevenção do câncer colorretal. Afinal, tudo o que consumimos é processado e absorvido pelo nosso trato gastrointestinal.
Segundo a American Cancer Society, o consumo de carne vermelha ou ultraprocessada aumenta significativamente os riscos de desenvolver a neoplasia. Inclusive, desde 2015 a OMS classificou as carnes processadas como salsicha e empanados congelados como carcinogênicos tipo 1.
Num país como o Brasil, em que esse tipo de proteína é o preferido da maioria da população, diminuir seu consumo é fundamental.
Tabagismo
O hábito de fumar está ligado à diversos tipos de câncer, não só ao de pulmão. Isso ocorre porque inalar as milhares de substâncias químicas presentes no cigarro pode levar à formação de radicais livres que danificam o DNA das células, gerando mutações.
No intestino, isso pode ocasionar o desenvolvimento de pólipos pré-cancerígenos. Alguns estudos sugerem que fumantes têm mais chances de desenvolver pólipos agressivos e maiores chances de falecer em decorrência do câncer colorretal.
Alcoolismo
Quem consome álcool moderadamente ou excessivamente está aumentando significativamente suas chances de desenvolver diversos tipos de câncer, especialmente os gastrointestinais.
O consumo e metabolização do etanol, substância presente em todas as bebidas alcoólicas, parece ter várias consequências moleculares capazes de instigar a carcinogênese do intestino.
Muitas pessoas não estão cientes de que estão exagerando no consumo de álcool e, muito menos, de que esse hábito pode ter outras consequências além da dependência.
Na dúvida, siga a recomendação da American Cancer Society: evite bebidas alcóolicas mas, se for beber, é melhor se limitar a duas doses diárias, se for homem, ou a apenas uma, se for mulher.
Histórico familiar
Por fim, se a pessoa tem histórico familiar de câncer colorretal, ela está muito mais sujeita a desenvolver a doença, principalmente em idade precoce. Estima-se que 30% das pessoas diagnosticadas com essa neoplasia têm outros membros da família acometidos pela mesma enfermidade.
Se o parente foi diagnosticado com câncer antes dos 45 anos de idade, os riscos são ainda maiores. Em alguns casos, é importante investigar a presença de síndromes hereditárias que possam causar neoplasias intestinais, como a Síndrome de Lynch e a Polipose Adenomatosa Familiar.
Entretanto, o histórico de câncer familiar não está necessariamente associado a esse tipo de síndrome.