Um estudo publicado no Anals of Surgical Oncology em 2019, realizado a partir do registro de dados na Holanda, apontou que o local do tumor primário em casos de câncer colorretal metastático sincrônico tem significativa influência na localização do segundo tumor e também na taxa de sobrevivência dos pacientes.
Os tumores sincrônicos são aqueles diagnosticados em menos de seis meses entre ambos os crescimentos malignos. No total, 36.297 pacientes foram incluídos neste estudo holandês, dividindo-se entre aqueles com tumores primários no cólon direito, cólon esquerdo e no reto. De acordo com dados coletados, os locais das metástases diferiram significativamente entre as localizações do tumor primário.
Os tumores secundários (ou seja, metástases) no fígado foram mais comuns entre aqueles com câncer no cólon esquerdo, com prevalência em 54% dos casos, seguido daqueles com câncer no reto (52%) e no cólon esquerdo (43%). Metástases peritoneais foram mais prevalentes em pacientes com câncer no cólon direito (33%), e metástases pulmonares foram mais prevalentes em pacientes com câncer retal (28%).
Entretanto, independentemente da localização das metástases, os pacientes com tumores do lado direito do intestino tiveram uma sobrevida pior em comparação àqueles com neoplasias do lado esquerdo e câncer retal.
Segundo os pesquisadores, esse parece ser um indicativo de que a localização do tumor primário no câncer colorretal ajuda a estabelecer o prognóstico do paciente, e que tumores do lado direito ou esquerdo do cólon ou no reto podem ser considerados entidades diferentes.
Inclusive, estudos de base populacional descobriram que pacientes com câncer metastático do lado esquerdo do cólon têm melhor sobrevida do que aqueles com o mesmo tipo de tumor do lado direito. Já aqueles com neoplasias metastáticas no reto têm melhor sobrevida do aqueles com doença metastática no cólon de maneira geral.
A explicação para essas diferenças na sobrevivência de acordo com a localização do tumor primário é, muito provavelmente, multifatorial, sendo uma delas a já comprovada tendência de neoplasias em determinadas regiões do órgão desencadearem metástases em locais específicos do corpo.
O tipo de tratamento indicado, como a ressecção do tumor metastático também deve ser levado em consideração, bem como diferenças biológicas entre as neoplasias. No estudo, os pesquisadores discutem todas essas nuances e trazem dados interessantes a partir da coleta de informações de pacientes na Holanda. Vale a pena conferir na íntegra!