Cientistas do Instituto Regenstrief e da Escola de Medicina da Universidade de Indiana desenvolveram e testaram um modelo de estimativa de risco que pode ajudar os médicos a determinarem melhor o risco de pessoas assintomáticas, com risco geral médio, desenvolverem câncer colorretal avançado.
Oito em cada dez indivíduos acima dos 50 anos ou pertencente a algum outro grupo para quem o rastreio do câncer colorretal é recomendado têm risco médio de desenvolver a doença. O novo modelo preditivo, voltado para essas pessoas, considera idade, sexo, estilo de vida, dieta, histórico de tabagismo, síndromes metabólicas, consumo de carne vermelha e seis outros fatores diferentes.
Isso significa, na prática, que é possível refinar onde um determinado indivíduo cai no espectro do risco médio de ter esse tipo de neoplasia.
Assim, o método possibilita, também, identificar um subgrupo de menor risco que pode passar por métodos de rastreio de câncer menos invasivos do que a colonoscopia, indicada para um subgrupo de maior risco. Trata-se de uma aplicação da medicina de precisão.
O estudo que possibilitou a criação do modelo
Publicado na revista médica Gut, voltada para gastroenterologia e hepatologia, o estudo recrutou milhares pessoas de 50 a 80 anos, com risco médio de desenvolver câncer colorretal, ou seja, sem histórico familiar da doença ou histórico de pólipos colorretais. Nenhum deles tinha passado por uma colonoscopia antes.
A partir de um questionário, os pesquisadores mediram suas características sociodemográficas e físicas, histórico médico, familiar e diversos aspectos de seu estilo de vida, desenvolvendo um sistema de pontos para cada variável.
Assim, foi possível criar uma pontuação de risco e aquelas com riscos comparáveis foram agrupadas em categorias de risco, produzindo um total de 3 grupos de acordo com os riscos de neoplasia colorretal avançada, ou seja, risco baixo, intermediário e alto.
Modelo de rastreio é vantajoso para prevenir o contágio durante a pandemia
Esse achado é interessante porque ainda existe muita resistência por parte dos pacientes na realização da colonoscopia. Além disso, principalmente durante a pandemia de Covid-19, em que muitos exames foram adiados para prevenir o contágio, a realização de um teste de fezes em casa pode ser uma opção de rastreamento que atende as demandas daqueles com menores riscos de desenvolver câncer colorretal avançado.