A retocele ou prolapso da parede vaginal posterior é uma condição bastante comum entre as mulheres brasileiras, com cerca de 150 mil casos por ano. Consiste em um prolapso genital, formando uma hérnia entre o reto e a vagina.
É um problema bastante comum, que muitas vezes não produz sintomas.
Principais Causas
As retoceles, geralmente, são causadas pelo enfraquecimento do tecido do assoalho pélvico e o afinamento do septo retovaginal. Muitos fatores podem levar ao enfraquecimento do assoalho pélvico, incluindo:
- os partos vaginais;
- traumas durante o parto, como o uso de fórceps, episiotomia e lesões do períneo;
- constipação intestinal frequente;
- esforço crônico durante a evacuação;
- cirurgias retais ou histerectomia;
- doenças degenerativas e do envelhecimento;
- alterações hormonais;
- obesidade.
A maioria das mulheres com uma pequena retocele não apresentam sintomas. Porém, quando a retocele atinge um tamanho maior, além da protuberância na vagina, pode causar incômodos tanto na região retal quanto na vaginal.
Os principais sintomas retais apresentados são a dificuldade de ter um movimento intestinal completo, fezes presas no final do reto, prisão de ventre e dor retal. Já entre os sintomas vaginais, a maioria das queixas é em relação à dor durante o ato sexual e sangramento vaginal.
Diagnóstico
Em geral, as retoceles são encontradas durante os exames de rotina. No entanto, outros testes podem ser necessários para avaliar a extensão ou a gravidade do problema. Entre os exames solicitados pelo médico estão a:
- manometria retal, que verifica a pressão na musculatura puborretal e do esficdeter anal;
- defecografia, um exame de imagem radiologica, que mostra o reto e o canal anal conforme eles mudam durante a defecação, ajudando a identificar o tamanho da retocele e o grau de esvaziamento do reto;
- ressonância magnética ou ultrassonografia.
Tratamento
O tratamento da retocele se divide em clínico e cirúrgico. Na maioria dos casos, o tratamento não é cirúrgico. Porém, a escolha da melhor abordagem depende dos sintomas e da gravidade do caso.
A cirurgia só é recomendada quando os outros tipos de tratamento não resolveram os sintomas ou estão atrapalhando a vida cotidiana dos pacientes. O procedimento pode ser feito via abdominal, vaginal ou retal e vai depender do tamanho e sintomas da retocele.
A cirurgia tem por objetivo remover o tecido extra e fortalecer a parede do assoalho pélvico. Como parte da reabilitação pós-cirúrgica pode ser feita fisioterapia para melhorar os resultados. Medidas preventivas como atividades físicas regulares, alimentação saudável, controle de peso também são importantes para aliviar os sintomas e evitar o aparecimento da retocele.