O transplante de fezes pode ser uma alternativa para pacientes que sofrem com infecção intestinal grave. A primeira opção de tratamento é sempre o uso de medicamentos tradicionais, porém, não é uma opção eficaz em todos os casos.
Para quem é indicado o transplante de fezes?
Estudos realizados no Hospital das Clínicas da UFMG, primeiro hospital no Brasil a ter um Centro de Transplante de Microbiota Fecal aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, demonstrou que as fezes dos brasileiros são ricas em bactérias benéficas para o organismo. Assim, pacientes com infecções intestinais graves causadas pela bactéria Clostridium, retocolite ulcerativa e Doença de Crohn podem se beneficiar desse tratamento.
As doenças do trato gastrointestinal costumam causar diarreias severas e inflamação do cólon, prejudicando a rotina dos pacientes e podendo causar até mesmo perfuração ou dilatação do intestino. Esse tipo de transplante visa devolver a qualidade de vida do paciente.
Como é realizado o transplante fecal?
Bem antes do transplante de fezes são selecionados voluntários saudáveis, que não façam uso de medicações ou tenham sobrepeso ou obesidade. Depois, os voluntários passam por uma bateria de exames e testes moleculares e, se selecionados, têm as fezes coletadas.
Depois disso, as fezes são filtradas, homogeneizadas e armazenadas em um super freezer a -80º. Posteriormente, o paciente é submetido ao transplante, que pode ser realizado por uma sonda ou através da colonoscopia.
De acordo com os cientistas, já foram realizados 11 transplantes de fezes e as chances de cura são superiores a 90% dos casos. Para eles, essa técnica é um avanço, pois a recuperação rapidamente os pacientes recuperam a microbiota e têm menos chances de recidivas.
Para os pesquisadores, apesar do transplante de fezes ainda estar em fase experimental, tudo indica que será de grande ajuda para pacientes com infecções graves. O grande obstáculo agora é encontrar voluntários saudáveis e produzir o tratamento em larga escala.