Um estudo publicado na revista científica ‘Frontiers in Microbiology,’ no final do ano passado, revela que a exposição aos raios ultravioleta do tipo UVB altera positivamente a população de bactérias e de outros micro-organismos no intestino.
Tudo isso graças à vitamina D. Os raios UVB estimulam a produção de vitamina D na pele e, segundo resultados de outras pesquisas, essa vitamina faz bem para a microbiota intestinal humana.
O estudo monitorou 21 mulheres brancas, com idades entre 19 e 40 anos. As participantes foram divididas em dois grupos: O primeiro tomou suplementos de vitamina D no inverno anterior aos testes (grupo VDS+) e o segundo (grupo VDS-) não ingeriu nenhum suplemento.
Essas mulheres passaram por sessões de exposição controlada aos raios UVB e fizeram exames de sangue e de fezes para detectar alterações na presença da vitamina D e na microbiota intestinal.
Foi constatado que os dois grupos tiveram melhoras nos níveis de 25-hidróxi-vitamina D (calcidiol), ou 25(OH)D, no sangue — a melhor “medida” da quantidade de vitamina D no organismo. Contudo, grupo que não tomou suplementos teve, ainda, uma melhora levemente maior.
Os cientistas desconfiam que a exposição à luz UVB provoque alguma alteração boa no sistema imunológico, alteração que se converte em mudanças sistêmicas e tornam o trato intestinal um lugar mais saudável para as bactérias do bem.
Tratamento de doenças no futuro
As descobertas abrem novas possibilidades para o cuidado com doenças autoimunes e inflamatórias como a esclerose múltipla e a doença inflamatória intestinal, por serem associadas com mudanças no estilo de vida das sociedades ocidentais que costumam tomar menos sol, causando a diminuição na síntese da vitamina D.
Os cientistas estão animados com os resultados, mas ponderam que as conclusões precisam ser precisam ser qualificadas com novas pesquisa que observem novos perfis de participantes e também com um eventual teste sob o “espectro total” da luz solar.