Dr. Rodrigo Gomes

Até que ponto a cápsula ingerível pode substituir os exames convencionais?

Atualmente, a endoscopia é o exame mais indicado para investigar o intestino delgado, enquanto a colonoscopia exerce a mesma função, porém no intestino grosso. Porém, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, criaram um sensor, em forma de cápsula ingerível, capaz de monitorar todo o intestino. 

Após ingerido, o sensor é capaz de registrar imagens do órgão e transmiti-las em tempo real para os cientistas, através de radiação eletromagnética para um aparelho receptor. Essa tecnologia funciona como o bluetooth de um celular. Ou seja, os pesquisadores recebem as informações emitidas pelo sensor em um computador ou smartphone conectado a ela. 

Essa cápsula seria uma alternativa para a endoscopia digestiva e pode ajudar em pesquisas sobre o funcionamento do trato gastrointestinal de pacientes que sofrem com refluxo gastroesofágico, síndrome do intestino irritável e doenças ou inflamações intestinais, dentre outras.

Como funciona a cápsula?

A cápsula mede 2,6 cm e 0,9 cm de diâmetro e não necessita de bateria ou fios para funcionar. Composta por um microchip e uma antena ligada a um circuito elétrico, ela é “recarregada” a um biocombustível produzido pelo próprio organismo: a glicose!

Quanto mais glicose no organismo, mais energia fornece para a cápsula. Essa tecnologia também é capaz de medir as mudanças na  produção de carboidratos a partir da energia extraída e fornecer outras informações que podem favorecer a medicina em um futuro próximo.

Para a criação da cápsula, outro desafio dos pesquisadores da Universidade da Califórnia foi protegê-la em um envoltório que não fosse sensível ao pH intestinal. Por isso, criaram em uma impressora 3D, um material para envolver a cápsula que não fosse sensível aos ácidos intestinais e pudesse ser preservado até a evacuação. 

Outra preocupação dos cientistas era criar um material que não fosse destruído nem rejeitado pelo corpo. Foi então que resolveram aproveitar um trabalho anterior sobre as células de combustível à base de glicose que conseguissem sobreviver no ambiente ácido do estômago.

A cápsula poderá substituir a endoscopia? 

Os cientistas acreditam que no futuro a cápsula poderá ser uma alternativa para endoscopia, principalmente para pacientes em que o método atual é contraindicado. Além disso, para os autores do estudo, a cápsula é hoje a primeira solução a medir a capacidade metabólica do intestino em tempo real e pode coletar mais informações sobre sua microbiota.

Apesar disso, ainda é cedo para se afirmar se essa nova tecnologia será uma substituta para a endoscopia digestiva ou mesmo da colonoscopia. O que se pode dizer que é um estudo promissor, mas ainda faltam muitos testes antes que possa chegar a ser utilizada em humanos.  Até o momento, a cápsula ainda está em fase experimental e só foi testada em porcos. 

Vale lembrar que pesquisas como essas podem demorar anos para serem colocadas em prática, portanto, nada de adiar a endoscopia ou colonoscopia sempre que seu médico solicitar.

Até que ponto a cápsula ingerível pode substituir os exames convencionais?

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