Dr. Rodrigo Gomes

Câncer anal e HIV: mais conectados do que você imagina

Câncer anal e HIV: mais conectados do que você imagina

A incidência de câncer anal tem aumentado e, atualmente, a doença á corresponde a 0,5% de todos os novos casos de neoplasias nos Estados Unidos. Esse tipo de tumor é mais comum em pessoas imunocomprometidas, especialmente aqueles com câncer, HIV ou HPV, e a conexão entre o vírus da imunodeficiência humana e o vírus do papiloma humano tem sido confirmada em cada vez mais estudos e revisões. 

Em comparação com a população geral, o câncer anal é 30 vezes mais comuns em indivíduos HIV positivo, lembrando que, na maioria absoluta dos casos, tumores anais estão associados à lesões causadas pelo HPV. 

Além disso, na literatura médica, a transmissão de um desses vírus está associada com o aumento no risco de transmissão do outro. Na prática, isso quer dizer que ter um status soropositivo para HIV é um fator de risco para ter câncer anal, assim como ter um status soropositivo para HPV. 

Isso ocorre porque ambas as doenças são transmitidas sexualmente e, para além da imunossupressão associada ao HIV, e do desenvolvimento de células anormais, a transmissão do HPV pode estar associada ao aumento da persistência do vírus e menor eliminação de substâncias indesejadas do corpo. 

Câncer anal pode trazer mais complicações para pacientes com status positivo para HIV

O manejo do câncer anal costuma ser o mesmo para pacientes com ou sem status positivo pra HIV, envolvendo radio e quimioterapia na maior parte dos casos. Quando o paciente está em tratamento retroviral, o prognóstico costuma ser equivalente ao da população com status negativo para HIV, embora conte com riscos maiores de complicações pontuais. 

A maioria dos estudos encontrou maiores níveis de toxicidade em pacientes com HIV, sendo que alguns deles registraram eventos adversos como efeitos tóxicos hematológicos de grau 3 ou 4, bem como problemas de pele de grau 3 ou 4. 

De maneira geral, pacientes HIV positivo precisaram fazer pausas mais frequentes e mais longas durante o tratamento em relação a aqueles sem HIV, lembrando que a situação é mais grave para aqueles que não iniciaram o tratamento retroviral.

Além disso, esses pacientes também podem necessitar de mais antibióticos para tratar ou prevenir infecções oportunistas, que costumam afetar indivíduos imunocomprometidos. 

Prevenção é a melhor alternativa para mudar a estatística 

O diagnóstico com HIV ou câncer anal não são, de maneira alguma, sentenças de morte. No passado, ambas as doenças tinham prognósticos ruins e estiveram fortemente associadas a grupos marginalizados devido ao preconceito e desinformação. 

Atualmente, o tratamento retroviral é extremamente efetivo para o manejo do HIV e a maior parte dos pacientes infectados leva uma vida normal. Entretanto, é inegável que contrair o vírus traz uma série de riscos para a saúde e que a prevenção é a melhor alternativa, o que vale tanto para o HIV quanto para o HPV.

A infecção por HIV pode ser feita com o uso de preservativo durante as relações sexuais, sejam elas vaginais, anais ou orais. O mesmo vale para o HPV, embora a eficácia da camisinha não seja tão alta, de maneira que o mais recomendado é limitar o número de parceiros sexuais e, principalmente, receber a vacina contra o HPV, disponível na rede pública para adolescentes e crianças, e na rede privada para adultos. 

Já em relação ao câncer de ânus, além de não fumar, as medidas de prevenção são as mesmas: usar preservativo, se vacinar contra o HPV e receber o tratamento adequado para o HIV.

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