Dr. Rodrigo Gomes

Cirurgia de ressecção do reto: indicações, técnicas e principais dúvidas

Para entender a cirurgia de ressecção do reto, primeiro é fundamental compreender o que é o reto em si. O reto é a última porção do intestino grosso, localizado imediatamente antes do ânus, atuando como um reservatório temporário para as fezes antes da eliminação. 

Quando há problemas no reto, pode ser necessário realizar um procedimento cirúrgico para sua ressecção ou remoção. Neste texto, vamos explorar mais profundamente as principais indicações, técnicas e dúvidas frequentes acerca da cirurgia de ressecção do reto.

Indicações da ressecção do reto

O principal motivo para a realização desta cirurgia é a presença de tumores malignos. No entanto, doenças inflamatórias intestinais em estágio avançado, polipose adenomatosa familiar e certas complicações traumáticas também podem tornar a cirurgia necessária.

Principais tipos de cirurgia
  • Cirurgia transanal

Esta técnica é frequentemente empregada para tumores localizados no reto inferior e lesões benignas. Realizada através do ânus, a cirurgia transanal permite a remoção de tumores sem a necessidade de incisões abdominais. O benefício é um tempo de recuperação mais rápido e menos dor pós-operatória. Entretanto, essa técnica não permite a remoção do tecido linfático perianal e só é indicada para tumores em fase inicial. 

  • Cirurgia abdominal aberta

Tradicionalmente, a ressecção do reto era realizada através de uma grande incisão no abdômen, permitindo ao cirurgião acesso direto ao intestino. Esta técnica ainda é utilizada em situações onde tumores são muito extensos, há aderências significativas ou em reoperações. Devido à magnitude da incisão, pode ser necessário estabelecer um estoma – que é uma abertura cirurgicamente criada na superfície do abdômen que conecta o intestino ao ambiente externo, permitindo a eliminação das fezes. Um estoma pode ser uma colostomia, quando a bolsa está localizada no cólon, ou uma ileostomia, quando ligada ao íleo, a última parte do intestino delgado. Os estomas podem ser temporários ou permanentes, dependendo do caso específico.

A decisão de criar um estoma e o tipo específico depende de diversos fatores, incluindo a natureza e localização da doença e a saúde geral do paciente. Com os cuidados e orientações adequadas, a maioria dos pacientes aprende a gerenciar seu estoma eficazmente, permitindo uma vida ativa e plena.

  • Cirurgia abdominal laparoscópica

A laparoscopia trouxe uma revolução para a cirurgia coloproctológica. Utilizando pequenas incisões e câmeras especializadas, o cirurgião pode realizar a ressecção do reto com precisão. Os pacientes costumam se beneficiar de uma recuperação mais rápida, menos dor e menor risco de complicações pós-operatórias. 

  • Cirurgia robótica

A mais recente inovação no campo é a cirurgia robótica. Este procedimento utiliza um sistema robótico para proporcionar ao cirurgião uma visão tridimensional ampliada e movimentos mais precisos e estáveis do que os das mãos humanas. Isso permite uma dissecção mais precisa e suturas mais exatas, especialmente em espaços confinados como a pelve. A cirurgia robótica também reduz os riscos de incontinência urinária, disfunção erétil e estomas definitivos, uma vez que o robô auxilia na preservação dessas estruturas que se encontram muito próximas do reto.

Vale ressaltar que o tipo de técnica cirúrgica escolhida dependerá de diversos fatores, incluindo a localização e tamanho do tumor, a presença de outras condições médicas, a experiência do cirurgião e as facilidades disponíveis no centro cirúrgico. Em todos os casos, a possibilidade de estoma será discutida com o paciente, sendo sempre buscado o melhor equilíbrio entre controle da doença e qualidade de vida pós-operatória.

Recuperação pós-operatória

A recuperação varia de indivíduo para indivíduo. Entretanto, com técnicas minimamente invasivas, é comum que muitos possam retomar atividades normais em poucas semanas. Durante esse período, a reabilitação intestinal e o acompanhamento nutricional são fundamentais. A maioria dos pacientes mantém uma excelente qualidade de vida após o procedimento, podendo retornar completamente às atividades cotidianas.

Impacto na função intestinal

Após a cirurgia, a alimentação deve ser acompanhada por um médico e um nutricionista e é comum haver alterações nos hábitos intestinais. Alguns pacientes podem ter evacuações mais frequentes ou sensação de urgência. A reeducação intestinal e modificações na dieta podem ajudar a controlar estes sintomas.

Com o passar do tempo, a função intestinal tende a se normalizar, deixando de ser uma preocupação para o paciente. 

Os avanços na cirurgia de ressecção do reto têm trazido resultados positivos para os pacientes. Buscar um coloproctologista é essencial para uma tomada de decisão bem-informada e um prognóstico bem-sucedido.

Cirurgia de ressecção do reto: indicações, técnicas e principais dúvidas

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