Dr. Rodrigo Gomes

Como funciona a técnica de ressecção transanal robótica para tumor retal

Recentemente, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou dados referentes à estimativa de casos de câncer colorretal para o ano de 2023, no Brasil. Essas projeções indicam que mais de 45 mil novos casos, sendo aproximadamente 18% deles concentrados na população da região sul do país.

Essas estatísticas colocam o câncer colorretal como a terceira forma mais comum da doença no geral, ficando atrás apenas do câncer de mama e de próstata, sendo o segundo nas mulheres e o segundo nos homens.

Atualmente, o principal tratamento para o tumor retal ainda é a cirurgia, quando é retirada a parte afetada pela doença, seguida de quimioterapia e radioterapia.

Uma das técnicas cirúrgicas é a ressecção transanal robótica para tumor retal, um procedimento minimamente invasivo que vem revolucionando o tratamento desse tumor. No texto de hoje, exploraremos os princípios e benefícios dessa técnica, destacando os resultados obtidos em estudos recentes.

O que é a técnica robótica transanal?

A cirurgia transanal robótica é bastante parecida com a TAMIS, cirurgia minimamente invasiva transanal, e por isso ficou conhecida como TAMIS robótica. Apesar de ainda não ser amplamente divulgada, é uma técnica que vem ganhando cada vez mais espaço nos centros cirúrgicos robóticos, pois é um tratamento bastante seguro e eficaz para o tratamento de neoplasias retais.

A ressecção transanal robótica envolve o uso de um sistema cirúrgico robótico avançado, que permite realizar movimentos precisos e delicados com instrumentos especiais através do ânus.

Vantagens da técnica

Uma das principais vantagens da ressecção transanal robótica é a precisão e a visão ampliada que o sistema robótico oferece. O robô é controlado pelo médico, que tem uma visão tridimensional ampliada do local onde se concentra o tumor, permitindo uma maior precisão nos movimentos e uma melhor identificação das estruturas anatômicas.

Outro benefício é que o paciente tem menos riscos de trauma respiratório em comparação com as técnicas tradicionais. As incisões são pequenas e localizadas no ânus, o que resulta em menos dor pós-cirúrgica, menor tempo de recuperação e cicatrizes quase imperceptíveis.

Além disso, a ressecção transanal robótica também permite uma maior preservação das funções esfincterianas. Como o procedimento é realizado através do ânus, com a colocação de um dispositivo que permite a colocação das pinças robóticas, há uma redução do risco de danos aos músculos do esfíncter, responsáveis ​​pelo controle da continência fecal. Isso é especialmente importante em tumores localizados na região baixa do reto.

Vários estudos têm demonstrado que a ressecção transanal robótica apresenta uma menor taxa de complicações em comparação com as técnicas convencionais. Isso se deve, em parte, à menor manipulação dos tecidos circundantes durante a cirurgia.

Todos os pacientes podem se submeter a essa cirurgia?

A ressecção transanal robótica representa um avanço significativo na cirurgia de tumor retal, oferecendo uma série de benefícios aos pacientes. Ao optar pela ressecção transanal robótica, eles podem se beneficiar de uma cirurgia menos invasiva, com menos dor pós-operatória, cicatrizes discretas, uma recuperação mais rápida e uma melhora significativa na qualidade de vida.

No entanto, é importante ressaltar que a ressecção transanal robótica requer uma avaliação cuidadosa por parte de uma equipe médica especializada. Isso significa que não são todos os pacientes que estão aptos a passar por essa cirurgia. A seleção adequada de pacientes é fundamental para garantir os melhores resultados e segurança durante o procedimento.

E vale salientar que a técnica é indicada apenas para os tumores iniciais, clinicamente T1, que são aqueles que invadem apenas a submucosa. A avaliação se é inicial é feita com ressonância magnética da pélvica e ultrassonografia endoanal.

Conclusão

A ressecção transanal robótica é uma técnica promissora que oferece benefícios prolongados aos pacientes com tumores retais. Ao considerar essa opção, é essencial buscar a orientação de um profissional especializado, que poderá avaliar cada caso individualmente e determinar a melhor abordagem para o tratamento.

Como funciona a técnica de ressecção transanal robótica para tumor retal

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