Eu gosto muito de falar e de trabalhar com a cirurgia robótica porque ela é sinônimo de segurança e precisão operatória. Como eu já disse aqui, com ela, nós conseguimos reduzir muito os sangramentos e as dores e acelerar o processo de recuperação do paciente.
Isso porque o robô da Vinci, que é o mais utilizado em todo o mundo nesse tipo de operação, representa o que há de mais avançado no campo da cirurgia minimamente invasiva, permitindo maior controle de movimentos e uma visão tridimensional ampliada.
Especificidades
Para isso, possui quatro “braços”: três utilizados para fazer as incisões, os movimentos e o manuseio dos instrumentos, e um para reproduzir a imagem do local da cirurgia para o médico, por meio de uma câmera que amplia a imagem em 10 vezes, mantendo a nitidez e a percepção de profundidade.
Com isso, é possível preservar estruturas nobres, como nervos e vasos sanguíneos, sem a necessidade de abertura do abdômen ou do tórax do paciente. As incisões são extremamente pequenas, entre 5 e 12 milímetros, e os braços conseguem fazer movimentos de até 360º sem nenhum grau de tremor.
Assim, o médico realiza a cirurgia a partir de uma mesa de controle, e a movimentação dos instrumentos se faz pelo manuseio de delicados dedais. À medida que move as mãos e os dedos, o robô reproduz seus movimentos dentro do corpo do paciente.
E, se o médico tirar o rosto da tela de controle, o robô para automaticamente. Além de um cirurgião no controle, outro fica ao lado do paciente para eventuais necessidades auxiliares.
Aplicações
O robô Da Vinci é ideal para cirurgias que envolvam grande detalhamento anatômico ou procedimentos cirúrgicos realizados em pequenos espaços e cavidades
Por isso, na coloproctologia, ele é muito indicado para procedimentos como cirurgia de câncer de reto, linfadenectomia retroperitoneal (retirada de linfonodos), colectomia direita ou esquerda e anastomose (procedimento para emenda do intestino).
O uso na coloproctologia oferece ainda a vantagem do rápido retorno do peristaltismo – movimentos involuntários realizados pelos órgãos do tubo digestivo (intestinos e esôfago) – e da reintrodução da alimentação.
Por tudo isso, a cirurgia robótica na coloproctologia veio para ficar, e isso é muito bom tanto para nós, cirurgiões, quanto para os pacientes.