O estresse crônico exerce um impacto significativo no tratamento do câncer colorretal, influenciando negativamente a eficácia das terapias e a qualidade de vida dos pacientes.
Isso porque, o estresse prolongado pode enfraquecer o sistema imunológico, reduzindo a capacidade do organismo de combater células cancerígenas.
Estudos indicam que o estresse crônico e a depressão ocasionam reduções importantes na proliferação de linfócitos T e na atividade das células natural killer (NK), tornando o organismo mais suscetível ao desenvolvimento e progressão do câncer.
A ansiedade e depressão também estão associadas a uma pior qualidade de vida e podem interferir na adesão ao tratamento, prejudicando os resultados terapêuticos.
Alterações na microbiota intestinal
Um estudo recente apresentado no congresso da United European Gastrology, em Viena, na Áustria, revelou que o estresse crônico pode desestabilizar a microbiota intestinal, diminuindo a presença de bactérias benéficas como o Lactobacillus.
Essa alteração compromete a resposta imunológica contra tumores, potencializando a progressão do câncer colorretal.
A Relação entre estresse e resistência ao tratamento
O estresse crônico também pode desencadear alterações hormonais, como o aumento dos níveis de cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”.
Estudos mostram que níveis elevados de cortisol estão associados a uma redução na eficácia de tratamentos oncológicos, incluindo quimioterapia e imunoterapia.
Além disso, o estresse pode estimular a produção de fatores inflamatórios no corpo, criando um ambiente que favorece o crescimento tumoral e a resistência às terapias.
Diante desses fatores, é fundamental que pacientes com câncer colorretal adotem estratégias eficazes de gerenciamento do estresse.
Técnicas como meditação, exercícios físicos leves e terapia podem melhorar o bem-estar emocional e potencialmente influenciar positivamente os resultados do tratamento.
Consequências para o processo de recuperação
Pacientes submetidos a cirurgias para o câncer colorretal, como ressecções tumorais ou procedimentos mais complexos, também podem enfrentar desafios adicionais se o estresse não for gerenciado adequadamente.
A recuperação pós-cirúrgica pode ser comprometida devido à menor resposta inflamatória positiva, cicatrização mais lenta e maior risco de complicações, como infecções.
Isso demonstra a importância de um suporte psicológico e físico durante todo o processo de tratamento.
Abordagem multidisciplinar
Diante desses desafios, uma abordagem multidisciplinar no cuidado com o paciente oncológico é essencial.
Além do acompanhamento médico, é importante incluir psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas para garantir uma abordagem integral, para reduzir o impacto do estresse, melhorando os desfechos do tratamento e a qualidade de vida do paciente.