O câncer retal é uma das formas mais comuns e desafiadoras, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A excisão total do mesorreto, ETM, é uma opção importante para o tratamento cirúrgico desta doença, especialmente em tumores localizados no terço médio e inferior do reto. A introdução das técnicas robóticas promoveu uma evolução significativa nesta área, possibilitando procedimentos mais precisos e com melhores resultados clínicos.
Prevalência e manifestação do câncer colorretal
O câncer retal predomina em indivíduos com fatores de risco como idade avançada, histórico familiar de câncer colorretal, sedentarismo, dieta rica em gorduras e pobre em fibras, além de tabagismo e consumo de álcool. A incidência de câncer retal tem aumentado em países industrializados, em grande parte, devido ao estilo de vida dessa população.
O câncer retal representa um desafio significativo em termos de diagnóstico e tratamento. A identificação precoce através de exames de colonoscopia é essencial para um tratamento eficaz. Confirmado o diagnóstico, a cirurgia é a forma de combater a doença e evitar que ela se espalhe para outras partes do corpo. Com o avanço do número de casos, ocorreu também um avanço nas técnicas cirúrgicas, entre elas a cirurgia robótica, que oferece melhores resultados oncológicos e funcionais.
O que é a ETM?
A ETM consiste na remoção completa do mesorreto, a camada de tecido adiposo que envolve o reto e contém linfonodos e vasos sanguíneos importantes. A técnica é fundamental para garantir margens cirúrgicas negativas e minimizar a recorrência local, sendo crucial a preservação dos nervos pélvicos para evitar disfunções urinárias e sexuais.
A técnica é indicada principalmente para pacientes diagnosticados com câncer no reto médio ou inferior. A cirurgia é recomendada quando há necessidade de remover o tumor e o tecido circundante, incluindo o mesorreto – uma estrutura de tecido adiposo que envolve o reto, contendo vasos sanguíneos e linfáticos essenciais. A precisão na remoção deste tecido é crucial para evitar a disseminação da doença e garantir margens cirúrgicas adequadas.
Avanços com a robótica na ETM
A ETM pode ser feita através de três métodos: a cirurgia tradicional ou aberta, a cirurgia laparoscópica e a cirurgia robótica. Embora os três métodos sejam eficientes, a cirurgia robótica proporciona vantagens tanto para o cirurgião quanto para o paciente.
A cirurgia robótica oferece uma visão tridimensional ampliada, instrumentos com articulação superior e maior ergonomia para o cirurgião. O robô permite movimentos mais finos e controlados, essenciais para a navegação no espaço restrito da pelve.
Estudos comparativos mostram que a ETM robótica reduz o tempo de internação e melhora os resultados funcionais ao preservar os nervos autônomos. Pesquisas indicam que a taxa de margem cirúrgica positiva é significativamente menor em procedimentos robóticos em comparação com métodos convencionais. A precisão do robô também tem sido associada a uma menor perda de sangue e uma recuperação mais rápida.
Benefícios da cirurgia robótica
- Precisão cirúrgica: movimentos precisos reduzem o risco de danos a estruturas críticas.
- Visão aprimorada: aumenta a capacidade do cirurgião de identificar e preservar os nervos pélvicos.
- Recuperação acelerada: menos dor e retorno mais rápido às atividades normais.
- Resultados oncológicos superiores: menores taxas de recidiva local e melhor preservação da função sexual e urinária.
Resumindo
A ETM robótica não é apenas um procedimento cirúrgico. É uma promessa de um futuro onde o câncer retal pode ser tratado com intervenções minimamente invasivas, preservando a funcionalidade e a dignidade dos pacientes.
À medida que a tecnologia evolui e se torna mais acessível, espera-se que mais centros médicos adotem a cirurgia robótica, ampliando os horizontes para o tratamento do câncer retal e melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.