No tratamento do câncer colorretal, a abordagem cirúrgica é uma grande aliada na cura da doença. Em casos avançados, em que a neoplasia afetou os órgãos próximos ao intestino, a exenteração pélvica pode ser uma alternativa para possibilitar maior sobrevida para o paciente.
Essa é uma técnica em que diversos órgãos da cavidade pélvica da pessoa doente podem ser removidos, incluindo bexiga, uretra, reto e ânus. Nas mulheres, pode ser também necessário remover o útero, ovários e vagina. Nos homens, a próstata e as vesículas seminais também podem ser retiradas.
A exenteração pélvica foi descrita pela primeira vez em 1948, no tratamento do câncer do colo do útero. Desde então, essa cirurgia foi aperfeiçoada em diversos aspectos, podendo ser realizada a remoção somente dos órgãos pélvicos posteriores ou inferiores.
De maneira geral, pacientes submetidos à exenteração pélvica vivem com estomas (que pode ser umacolostomia ou urostomia, dependendo da remoção da bexiga, para o resto da vida. No entanto, já existe a possibilidade de se evitar o estoma em alguns casos, em que, no lugar da abertura abdominal, o cirurgião vai fazer uma anastomose (conexão de duas partes ainda saudáveis do intestino) e construir uma neobexiga. Assim, o trânsito de fezes e urina continua o mesmo.
Para quem a exenteração pélvica é indicada
Essa é uma cirurgia destinada ao tratamento de neoplasias pélvicas localmente avançadas ou recorrentes.
A indicação para a exenteração pélvica deve ser feita com muita cautela, após um estadiamento preciso do tumor. No caso do câncer colorretal avançado, os sintomas podem ser muito debilitantes e prejudicar seriamente a qualidade de vida do paciente.
Em relação ao tipo de exenteração (posterior ou inferior), a indicação vai depender de cada paciente e de quais órgãos foram afetados pelo câncer.
Portanto, cabe ao médico, pacientes e familiares tomar uma decisão compartilhada a respeito do procedimento, levando em conta tanto o avanço e sintomas da doença quanto as consequências da exenteração pélvica.