O transplante de fezes (FMT) é um tratamento cada vez mais comum e eficaz para tratar infecções intestinais. Sabemos que a microbiota intestinal é habitada por que dezenas de trilhões de bactérias.
Esses microorganismos mantém a flora intestinal equilibrada, e, caso ocorra alguma alteração nesse ambiente, podem surgir inúmeras doenças.
O FMT trata infecções causadas pela bactéria Clostridium difficile, normalmente, associadas a episódios de diarreia, náusea e febre.
Cientistas também acreditam que os transplantes de fezes podem curar doenças como o Alzheimer, Doença de Crohn, Síndrome do Intestino Irritável e, num futuro próximo, também poderão curar o câncer.
O material fecal também atua como auxiliar no tratamento com antibióticos, ao reequilibrar a flora intestinal após um longo período de ingestão desse tipo de medicamento. Muito interessante, não?!
O transplante de fezes é feito com o paciente medicado contra diarreia e sedado. Nessas condições, a pessoa recebe uma injeção do material no colón por um tubo de colonoscopia.
O remédio para tratar a diarreia segura as bactérias saudáveis no organismo após o paciente despertar da sedação e aumenta as chances de proliferação dos microorganismos no trato intestinal.
Os doadores de fezes,são, em sua maioria, familiares ou amigos saudáveis. No entanto, qualquer pessoa saudável pode fazê-lo. O doador passa por um processo rígido e deve ir ao laboratório de duas ou três vezes por semana para garantir que sua flora intestinal é saudável
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O primeiro transplante de fezes no Brasil ocorreu em 2014, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para tratar um quadro de colite.
Em Minas Gerais, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi pioneiro em criar um Centro de Transplante de microbiota fecal e manter um banco de fezes três anos depois.
A técnica já é oferecida pelo Sistema Único de Saúde e também na rede privada.