Dr. Rodrigo Gomes

Hemorroidas: o que são e quais as principais formas de tratamento

Apesar de extremamente comuns, as hemorroidas são, ainda, uma espécie de tabu. Muita gente acredita que todos têm hemorroidas, ou que essa é uma característica congênita, mas, na verdade, elas são um problema anal adquirido e que está associado ao aumento da pressão na região. 

A doença hemorroidária se caracteriza pela dilatação dos vasos sanguíneos do ânus, formando protuberâncias dolorosas dentro ou fora do ânus, podendo provocar dor e sangramento. Como consequência, a evacuação pode ficar bastante desconfortável, prejudicando significativamente a qualidade de vida do paciente.

O que causa hemorróida 

Geralmente, as hemorroidas são causadas pelo excesso de esforço na hora de evacuar, que aumenta a pressão sanguínea nos vasos sanguíneos do ânus, gerando irritação local. Ou seja, pessoas que lidam com a constipação ou têm fezes duras e ressecadas estão mais propensas a ter hemorróidas.

Quadros de diarreia constante também aumentam as chances de irritação anal, motivo pelo qual pessoas com doenças inflamatórias intestinais e outras condições que causam diarreia tendem a ter doença hemorroidária. 

Além disso, mulheres grávidas costumam sofrer com esse problema devido ao aumento de peso corporal e da pressão exercida na região pélvica. As alterações hormonais da gestação também causam prisão de ventre, dificultando a saída das fezes e, consequentemente, gerando um quadro de hemorroidas. 

Os graus da hemorroida

Nem todas as hemorroidas são iguais e algumas são mais graves do que outras. Estima-se que a grande maioria das pessoas que sofrem com o problema têm a forma mais branda de doença hemorroidária. 

Além disso, elas podem ser classificadas de acordo com sua localização. Enquanto as hemorroidas internas muitas vezes não são visíveis e ficam mais próximas do reto, as externas se caracterizam por uma saliência sempre visível no ânus. 

Para as hemorroidas internas, utilizamos um sistema de classificação em quatro graus baseados em sua exteriorização: 

Hemorroida Grau 1: O inchaço ocorre dentro do ânus, e o paciente pode experienciar dor, coceira e sangramento.

Hemorroida Grau 2: As hemorroidas saem para fora do ânus durante a evacuação e, quando as fezes saem, elas se retraem novamente para dentro. 

Hemorroida Grau 3: As hemorroidas saem na hora da evacuação e não voltam sozinhas, de maneira que o paciente precisa empurrá-las para dentro com o dedo. 

Hemorroida Grau 4: As hemorroidas ficam expostas o tempo todo e, com a fricção na roupa íntima ou durante a higienização, ficam bem irritadas, causando sintomas como dor intensa, sangramento e até mesmo ulcerações. 

Ou seja, quanto maior o grau da hemorroida, maior o desconforto e mais complexo o tratamento. 

Quais são os tratamentos possíveis para hemorroidas

Casos brandos podem ser tratados com mudanças na alimentação como aumento do consumo de fibras e água, o que melhora a consistência das fezes e diminui a pressão exercida nos vasos sanguíneos da região do ânus. 

Uma outra opção natural é um banho de assento com água morna pura, o que estimula a circulação do sangue na região e diminui o inchaço, além de aliviar a dor. Com água pura, o banho de assento não tem contraindicações, mas muitas pessoas misturam diversos ingredientes na água, o que pode ser muito perigoso. 

Alguns medicamentos, receitados pelo coloproctologista, também podem ajudar no tratamento das hemorroidas. Existem muitas pomadas disponíveis nas farmácias, mas não recomendo utilizá-las sem prescrição médica, já que podem piorar a situação ou mascarar uma piora no quadro de hemorróidas. 

Se essas medidas não funcionarem, é hora de investir em tratamentos minimamente invasivos.

Um dos tratamentos mais comuns é o uso de elástico, a ligadura de hemorróidas. Nesse procedimento, utilizamos um elástico que aperta a bolsinha da hemorróida, cortando o fluxo sanguíneo dessa pequena região. Sem sangue, a hemorróida seca e se desprende da mucosa. 

Outra possibilidade minimamente invasiva é a escleroterapia, em que injetamos, nos vasos hemorroidários, uma substância que provoca a morte dos tecidos afetados. Costuma ser utilizada em hemorróidas grau 1 e 2.

Em hemorróidas com sangramentos externos, podemos realizar a coagulação infravermelha, feita com um aparelho que aquece o local e cria uma cicatriz, o que bloqueia a passagem de sangue. Consequentemente, a hemorroida irá secar e cair. 

Por fim, para casos mais graves ou que os tratamentos anteriores não tenham tido os resultados ideais, alguns tipos de cirurgia podem ser indicados.

A principal delas é a hemorroidectomia, em que as hemorroidas são removidas por meio de um corte. Ela é feita sob anestesia local e sedação.

Outras técnicas são o THD (desarterialização hemorroidária) e PPH (Procedimento para prolapso hemorroidário). Na primeira, o médico utiliza um aparelho de ultrassom para identificar os vasos sanguíneos afetados. Depois, o médico costura a artéria que alimenta esses vasos, interrompendo o fluxo de sangue e fazendo com que as hemorroidas sequem e murchem.

Na segunda, o médico utiliza um grampo de titânio para fixar as hemorroidas prolapsadas em sua posição original. 

Cada caso é único, e somente a avaliação de um coloproctologista poderá determinar qual o melhor tratamento para o paciente. Vale ressaltar, também, que nem tudo que dói e sangra é hemorróida, por isso não suponha que os seus sintomas são causados por esse problema sem confirmação médica, ok? 

Hemorroidas: o que são e quais as principais formas de tratamento

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