Dr. Rodrigo Gomes

Linfadenectomia Pélvica Lateral: Um Avanço no Tratamento do Câncer de Reto

Linfadenectomia Pélvica Lateral Um Avanço no Tratamento do Câncer de Reto

A linfadenectomia pélvica lateral, LPL, é uma técnica cirúrgica que vem ganhando destaque no tratamento do câncer de reto, especialmente em casos avançados. 

Recentemente, a técnica foi tema de discussão no 72º Congresso Brasileiro de Coloproctologia, que aconteceu no mês de setembro em Goiânia/GO, onde especialistas debateram os benefícios e as indicações dessa abordagem no combate ao câncer. 

Mas o que essa técnica representa e em quais situações ela é indicada?

O papel dos linfonodos no câncer de reto

Os linfonodos são estruturas importantes do sistema linfático e agem como “centros de defesa” do corpo, ajudando a combater infecções e a impedir a disseminação de células cancerígenas. 

No câncer de reto, os linfonodos localizados na região lateral da pelve podem ser afetados pelo tumor. 

No entanto, a remoção desses linfonodos, conhecida como linfadenectomia lateral pélvica, não é feita em todos os casos. 

Em situações específicas, onde há maior risco de disseminação, essa técnica pode ser essencial para reduzir a chance de recorrência do câncer na região pélvica.

Quando a LPL é indicada?

A decisão de realizar a LPL depende de uma avaliação detalhada do estágio e das características do tumor. 

Tumores de reto com maior risco de disseminação para os linfonodos laterais são os que mais se beneficiam dessa intervenção. 

Estudos realizados em países como o Japão mostram que, em alguns casos avançados de câncer de reto, a retirada dos linfonodos laterais pode ser determinante para reduzir a recorrência da doença e prolongar a sobrevida do paciente.

Embora a técnica seja eficaz em certos contextos, a linfadenectomia pélvica não é recomendada para todos os pacientes. 

Na maioria dos casos, os linfonodos laterais não apresentam sinais de metástase e não precisam ser removidos. 

No entanto, em situações de alto risco, a técnica é indicada para garantir uma abordagem completa e evitar que células cancerígenas se instalem nessa região, escapando do alcance do tratamento.

Benefícios da LPL para evitar a recidiva

O câncer de reto tem um comportamento clínico particular, com alto risco de recidiva (retorno do câncer) em algumas regiões da pelve. 

A linfadenectomia pélvica, ao remover linfonodos que podem abrigar células cancerígenas, oferece uma proteção adicional para o paciente. 

Esse procedimento é especialmente importante para pacientes que apresentam sinais claros de metástase nos linfonodos laterais ou outras características de agressividade tumoral.

Os benefícios da  linfadenectomia não se limitam apenas ao controle da doença local, mas também se estendem ao aumento da sobrevida a longo prazo em pacientes que, de outra forma, poderiam ter recorrência regional do câncer. 

Isso reforça a importância de discutir essa técnica com um especialista em casos de câncer de reto avançado.

Riscos da linfadenectomia pélvica

Como toda intervenção cirúrgica, a LPL também apresenta seus riscos. Por ser uma técnica avançada, realizada em uma região complexa da pelve, a cirurgia pode ocasionar complicações, como lesões nos nervos pélvicos. 

Essas lesões, embora raras, podem afetar a função urinária e sexual do paciente. 

Portanto, a decisão de realizar a cirurgia exige uma análise cuidadosa do caso, levando em conta os possíveis benefícios e os riscos para o paciente.

Além disso, a LPL costuma ser combinada com outras formas de tratamento, como a radioterapia e a quimioterapia. 

Essa combinação é essencial para garantir uma abordagem multidisciplinar no tratamento do câncer de reto, melhorando a eficácia da cirurgia e reduzindo as chances de disseminação do câncer para outras áreas.

A importância da avaliação individualizada

Cada caso de câncer de reto é único e, por isso, exige uma avaliação individualizada. 

Fatores como a resposta do tumor aos tratamentos iniciais, o histórico médico do paciente e os exames de imagem são considerados pelos médicos ao decidir pela LPL

A comunicação entre o paciente e o médico é fundamental para que todas as dúvidas sobre o procedimento e seus benefícios sejam esclarecidas, garantindo que o paciente participe ativamente do processo de decisão.

À medida que mais pesquisas e dados clínicos se tornam disponíveis, a linfadenectomia pélvica lateral pode se tornar parte dos protocolos de tratamento de câncer de reto no Brasil, principalmente para pacientes em estágios avançados.

Em resumo, a linfadenectomia pélvica lateral representa uma importante evolução no tratamento do câncer de reto, oferecendo uma abordagem mais específica para casos em que há risco de disseminação para os linfonodos laterais. 

Embora a técnica não seja indicada para todos os casos, ela se mostra uma ferramenta valiosa para pacientes com câncer de reto avançado, aumentando as chances de controle da doença e contribuindo para a oncologia moderna.

Linfadenectomia Pélvica Lateral: Um Avanço no Tratamento do Câncer de Reto

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