No ano passado, a Associação Americana de Câncer fez um alerta sobre o aumento de câncer colorretal entre jovens adultos de 20 a 29 anos.
Segundo a entidade, a incidência da doença vem aumentando anualmente desde a década de 1990. Em 2013, 29% dos casos diagnosticados da doença foram em pacientes com menos de 55 anos, contra percentual de 15% registrado em 1990.
Estima-se, por exemplo, que pessoas nascidas na década de 1990 possuem um risco quatro vezes maior de desenvolver câncer colorretal do que as que vieram ao mundo nos anos 1950.
Por esse motivo a ACS antecipou em cinco anos a idade recomendada para a realização de de testes como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a colonoscopia e a retosigmoidoscopia flexível, que observa somente os últimos 30 centímetros do intestino.
Mas por que os jovens estão desenvolvendo mais neoplasias colorretais?
Segundo a Associação, o aumento do índice de câncer colorretal é um fenômeno global, mas está mais salientado nos países do Ocidente, onde os hábitos de vida incluem consumo de mais calorias, mais processados e gordura animal.
Além disso, consumimos menos fibras, verduras e frutas.
É difícil estabelecer uma causa direta para essa estatística, mas a aposta dos representantes é o estilo de vida do jovem ocidental, que também consome mais álcool e fuma.
Algumas estatísticas podem nos ajudar a investigar esse problema sério:
A Pesquisa Nacional de Saúde aponta que 14,7% dos brasileiros adultos é fumante, enquanto o panorama divulgado pelo CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) demonstra que o consumo de bebidas alcoólicas aumentou entre adolescentes.
Além disso, o câncer colorretal está diretamente ligado à obesidade e à alimentação e, no Brasil, o índice de obesidade também tem aumentado muito nos últimos anos.
Segundo a última Pesquisa de Vigilância para Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, do Ministério da Saúde, a taxa de obesidade no país passou de 11,8% para 19,8% entre 2006 e 2018.
Já entre jovens de 18 a 24 anos de idade o índice quase dobrou, passando de 4,4% para 8,5%.
Números um pouco alarmantes, não acha?
Precisamos repensar nossos hábitos ocidentais e disseminar mais informações a respeito dos comportamentos de risco para o desenvolvimento de câncer e outras enfermidades.
Vale lembrar mais uma vez que a grande maioria das neoplasias pode ser prevenida com um estilo de vida saudável:
- Consumo moderado de álcool;
- Nada de tabaco;
- Nenhum ou pouco consumo de alimentos processados, principalmente carne vermelha;
- Prática de atividade física regular.