O megacólon é uma condição caracterizada pela dilatação do intestino grosso, o que causa uma série de sintomas. Se o problema não for controlado, poderá levar a um quadro muito grave que pode ser fatal.
Essa doença pode ser congênita mas, na maioria dos casos, o megacólon é adquirido devido a processos inflamatórios. Pacientes com Doença de Chagas podem desenvolvê-lo, mas esse problema está relacionado, principalmente, a doenças inflamatórias intestinais, quando o chamamos de megacólon tóxico.
Mais comuns entre pacientes com retocolite ulcerativa do que entre aqueles com doença de Crohn, os casos de megacólon tóxico vêm aumentando nos últimos 20 anos, provavelmente devido a melhora no diagnóstico e aumento do conhecimento médico a respeito das DII.
Características do megacólon tóxico
Com a dilatação do cólon, as paredes intestinais se tornam mais finas e úlceras podem se desenvolver, com paralisação dos movimentos peristálticos.
De maneira geral, os pacientes podem experienciar tanto constipação quanto diarreia, distensão abdominal, náuseas, vômitos, febre, taquicardia e até mesmo confusão mental. No exame físico, a palpação do abdômen é dolorosa, e os ruídos intestinais podem estar ausentes.
Uma radiografia da região abdominal costuma demonstrar a extensão do megacólon tóxico, mas uma tomografia computadorizada é capaz de fornecer ainda mais informações a respeito de outras complicações associadas, como desenvolvimento de abscessos, por exemplo.
Ao contrário do megacólon chagásico, o megacólon tóxico se desenvolve de maneira rápida, e se não for controlado, pode levar à perfuração intestinal e colocar a vida do paciente em risco.
Tratamento do megacólon tóxico
Quadros mais leves e moderados são tratados, inicialmente, com corticoides, e essa medida costuma ser bem sucedida em aproximadamente metade dos pacientes.
Por isso, pessoas com megacólon tóxico devem ser observadas de perto com diversos exames de imagem e laboratório. Se após 48h a 72h do início da terapia intensiva o problema não tiver sido solucionado ou existirem evidências de perfuração, hemorragia ou falência de outros órgãos, uma cirurgia de remoção do intestino deverá ser realizada com urgência.
Um dos maiores desafios no tratamento do megacólon tóxico é justamente a identificação precoce dos doentes que não respondem bem à medicação para que possamos decidir entre a utilização de outro tipo de tratamento conservador ou investir na colectomia subtotal.
Idealmente, vamos sempre tentar preservar o intestino do paciente, mas isso nem sempre é possível, principalmente quando a saúde do indivíduo já é fragilizada de maneira geral. Por isso, é indicado que pacientes com megacólon tóxico estejam acompanhados por um cirurgião desde a admissão hospitalar.
Essa medida faz toda a diferença para que, caso seja necessário, a cirurgia possa ser realizada antes que os riscos de perfuração intestinal e até mesmo de morte se tornem mais altos.
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