Dr. Rodrigo Gomes

Metanálise confirma o papel da alimentação no desenvolvimento e prevenção do câncer de intestino

A relação entre a alimentação e a prevenção, desenvolvimento e progressão do câncer de intestino já vem sendo estudada há muitos anos. Já sabemos que a etiologia desse tipo de tumor é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais. 

Isso significa que o paciente não pode controlar totalmente o seu risco de desenvolver câncer colorretal, mas os fatores modificáveis são de grande importância. Afinal, o excesso de tecido adiposo, má alimentação e sedentarismo têm um papel fundamental na ocorrência e progressão da doença. 

No intuito de consolidar esse conhecimento, um estudo publicado no Jama Network trouxe uma “revisão guarda-chuva” de estudos observacionais que abordavam evidências da associação entre fatores dietéticos, como determinados alimentos e grupos alimentares, bebidas, álcool, micro e macronutrientes à incidência de câncer colorretal. A revisão de 45 metanálises foi capaz de identificar 35 associações estatisticamente relevantes:

Foram encontradas sólidas evidências de uma associação entre o consumo de fibras, cálcio e iogurte na alimentação a um risco menor de câncer colorretal. De acordo com o achado, o pouco consumo de álcool e carne vermelha também contribui para essa diminuição. 

Essa revisão também forneceu evidências para apoiar a adoção de uma dieta mediterrânea ou padrões alimentares gerais que excluem a carne vermelha (ou seja, adoção de uma dieta semi vegetariana e pescetarianismo). 

Metanálise apoia a as orientações dietéticas de prevenção do câncer anteriores

Em relação ao aumento do consumo de fibra, produtos lácteos e à limitação de carne vermelha e bebida alcoólica, a metanálise coincide com todas as orientações aceitas por entidades como a Sociedade Americana do Câncer. 

Entretanto, o estudo não encontrou evidências suficientes para apoiar a limitação no consumo de carne processada para evitar o câncer colorretal em específico, já que as associações encontradas possuíam credibilidade limitada. 

O estudo também observou que maior ingestão de fibra foi associada com a redução de riscos de desenvolver a doença, embora diferentes tipos de fibra possuam evidências variantes. 

Por exemplo, a fibra derivada de grãos integrais esteve muito associada à redução dos riscos de câncer colorretal, por contar, também, com folato na composição. Entretanto, vegetais, frutas e legumes tiveram menos evidências que apoiam seu papel na carcinogênese. 

Vale ressaltar que esses alimentos são fontes abundantes de micro e macronutrientes que também possuem propriedades antitumorais, por isso devem fazer parte de uma alimentação saudável. 

Outro aspecto interessante é que os resultados destacam de forma convincente a associação entre o cálcio (suplementar ou não) e o iogurte na dieta e o risco reduzido de incidência de câncer colorretal. 

O mesmo não vale para o queijo e o leite, provavelmente devido aos teores de gordura. No caso do iogurte, a associação protetora contra adenomas com alto potencial maligno provavelmente é modulada, também, pelo microbioma intestinal.

Por fim, as evidências como um todo apoiam a adoção de um padrão alimentar saudável geral, indicando que uma dieta mediterrânea, pescetariana ou semi-vegetariana podem ser interessantes para prevenir o câncer colorretal. Grande mudança em comparação com a dieta ocidental, considerada de risco aumentado para a doença.

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