Uma nova tecnologia vai ajudar a rastrear o câncer colorretal: trata-se de uma microcâmera comestível criada pela empresa norte-americana Medtronic.
A Pillcam Colon 2 pode ser engolida e registra imagens do trato gastrointestinal a cada dois segundos, transmitindo-as para um dispositivo que o paciente veste ao redor da cintura. Depois de completar o trajeto completo, da boca ao ânus, a microcâmera pode ser descartada normalmente no vaso sanitário.
Com esses recursos, a Pillcam Colon 2 pode substituir a colonoscopia tradicional em alguns casos e oferecer um diagnóstico preciso em algumas horas. Até o momento, essa tecnologia está sendo usada pelos Hospitais da University College London, na Inglaterra, pelo Sistema Nacional de Saúde da Escócia e outras clínicas.
Tecnologia pode ajudar a detectar o câncer colorretal na pandemia
Diversos estudos, inclusive um que já comentei, realizado na Universidade de Oxford, apontaram que o número de pessoas diagnosticadas com câncer colorretal caiu significativamente desde o começo do distanciamento social.
Isso não significa que as pessoas não têm a doença, mas sim que o problema não foi detectado porque elas não realizaram uma colonoscopia.
Nesse sentido, uma tecnologia como a Pillcam Colon 2 seria muito útil para acelerar o atendimento e o rastreamento do câncer, além de permitir aos pacientes só ir aos hospitais se for realmente necessário.
Isso aumenta a capacidade de atendimentos do Sistema Nacional de Saúde, já que a estrutura utilizada numa colonoscopia não é necessária, e ainda deixa o paciente mais confortável para realizar o rastreamento do câncer colorretal.
Na prática, as câmeras vão ajudar os pacientes a receberem o diagnóstico mais cedo e iniciar o tratamento quando as chances de cura são muito maiores. Além disso, será possível priorizar o atendimento a pacientes que apresentaram alterações no exame.
Colonoscopia continua sendo exame mais completo
A tecnologia da Pillcam Colon 2 é sem dúvidas muito bem vinda porque oferece uma visão clara do interior do intestino do paciente, nosso principal objetivo com a colonoscopia. É também mais cômoda para o paciente e desafoga o sistema de saúde já que não é necessário organizar espaços ou pessoal para a realização do exame.
Entretanto, não podemos esquecer que a colonoscopia oferece mais do que o diagnóstico. Nesse exame, conseguimos remover pólipos e colher fragmentos de tecido para biópsia, um passo a mais quando o assunto é prevenção e rastreamento do câncer.
Reservá-la para os pacientes que realmente precisam desses recursos é uma proposta interessantíssima! Mas não podemos deixar a colonoscopia de lado, especialmente enquanto a microcâmera comestível ainda não é uma realidade no Brasil.
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