Apesar de ter valores mais elevados do que procedimentos abertos, a cirurgia robótica oferece um custo-benefício interessante para pacientes com diversas enfermidades do intestino, da endometriose ao câncer colorretal. Graças a essa tecnologia, hoje é possível realizar cirurgias minimamente invasivas do intestino com extrema precisão.
Entendendo os custos elevados da cirurgia robótica
Os custos da cirurgia robótica começam pelos preços do robô e seus instrumentos. No Brasil, todo o equipamento é produzido e exportado pela empresa norte-americana Intuitive Surgical que, até o momento, detém a maioria das patentes de produção do robô cirurgião.
Somente o custo de importação do equipamento, em si, fica entre R$10 e R$12 milhões, aproximadamente, sem contar as taxas de impostos e outros instrumentos avulsos.
Outro fator que torna os custos da cirurgia robótica mais elevados é a infraestrutura necessária para que o sistema cirúrgico da Vinci funcione. Afinal, o robô pesa mais de 500 kg e precisa de uma sala ampla só para ele. Além disso, o próprio hospital precisa pagar uma taxa anual de cerca de R$ 800 mil para manutenção preventiva do equipamento.
A capacitação do cirurgião também influencia nos preços da cirurgia robótica. Para operar o sistema cirúrgico, o médico tem uma longa curva de aprendizado que inclui já ter experiência em cirurgia.
Depois, ele passa horas operando um simulador do sistema cirúrgico da Vinc, para, então ir para um centro de treinamento especializado. Lá, ele tira uma certificação que o permite operar o robô, mas ainda será necessário realizar pelo menos 20 cirurgias com supervisão de um médico mais experiente até que ele possa operar sozinho.
Com tanta tecnologia e preparo envolvidos, é possível entender os motivos pelos quais uma cirurgia assistida por robô tem custos mais elevados do que um procedimento aberto, não é?
A relação custo benefício da cirurgia robótica
Depois de entender porque a cirurgia robótica tem um valor mais elevado do que outros tipos de procedimento, é possível compreender a relação custo-benefício em utilizar esse tipo de tecnologia para tratar doenças proctológicas.
A cirurgia robótica possibilita realizar de maneira minimamente invasiva operações que, por via aberta, necessitam de grandes e profundas incisões que aumentam os riscos de complicações durante e após o procedimento, como sangramentos e infecções.
Numa colectomia robótica, por exemplo, fazemos pequenas incisões no abdômen do paciente, por onde são inseridos os instrumentos necessários para a cirurgia. Além de diminuir o incômodo estético por causa da cicatriz, a recuperação será mais rápida e menos incômoda do que num procedimento aberto.
A precisão da cirurgia robótica também deve ser levada em conta porque ajuda a preservar, durante a cirurgia, as importantes estruturas responsáveis pelo controle do esfíncter, músculo que impede a eliminação involuntária de fezes.
Isso é possível graças à câmera 3D HD, que aumenta a nossa percepção de profundidade e promove a perfeita visibilidade do campo operatório. Essa visão, associada à eliminação do tremor e aos instrumentos multiarticulados do robô, diminuem consideravelmente as chances do paciente ter efeitos colaterais como a incontinência fecal depois do procedimento.
No fim das contas, realizar uma cirurgia coloproctológica por via robótica pode significar menor tempo de internação e menores chances de complicações que, além de causar desgastes físicos e emocionais, acabam aumentando os custos gerais do paciente.
Espero que esse artigo tenha te ajudado a compreender melhor a relação custo-benefício da cirurgia robótica em coloproctologia. E se você quer saber mais sobre esse assunto, não deixe de me acompanhar no Instagram e Facebook!