A incontinência fecal é uma condição que pode gerar sérios impactos na qualidade de vida e na autoestima dos pacientes. Atualmente, diversos tratamentos buscam amenizar esse problema e, sem dúvidas, uma das principais inovações nesse sentido é o implante neuroestimulador sacral.
O que é a neuroestimulação sacral
Nosso cérebro controla os músculos do corpo por meio de mensagens enviadas principalmente pela medula espinhal, que começa no fim da cabeça e termina na região pélvica. É justamente nesse local que estão localizados os nervos responsáveis pelos músculos da região, incluindo o esfíncter.
A vontade de evacuar ou sensação de reto cheio é um dos estímulos que vão do esfíncter para o cérebro e a neuroestimulação sacral vai buscar corrigir um envio equivocado de mensagens que pode estar levando à liberação involuntária de fezes e gases.
São os leves estímulos elétricos emitidos pelo implante que irão permitir a recuperação da sensibilidade e função do esfíncter anal.
Originalmente, a neuroestimulação sacral foi utilizada para tratamento de incontinência urinária e passou por adaptações para tratar, também, a incontinência fecal. Esse método costuma ser utilizado quando outros tratamentos já foram testados e não surgiram efeito, como mudanças na dieta e terapias com biofeedback.
Diversas pesquisas sugerem eficácia semelhante para casos idiopáticos, neuropáticos e por lesão
esfincteriana.
Como a cirurgia é feita
O procedimento é realizado em centro cirúrgico, com anestesia local e leve sedação. Trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva, em que uma pequena incisão será feita na nádega superior, por onde o médico vai inserir o neuroestimulador, sob a pele. Esse dispositivo é semelhante a um marca-passo.
Também será feita uma pequena incisão na parte inferior das costas, por onde um eletrodo de longa permanência será inserido.
Os pacientes podem passar por uma fase de avaliação, em que um fio temporário é inserido perto dos nervos sacrais, conectado a um pequeno dispositivo externo que vai enviar os estímulos elétricos. Depois de duas semanas em teste, médico e paciente se reúnem para avaliar a eficácia do dispositivo e determinar se o implante permanente será utilizado.
O que muda na vida do paciente
Sem dúvida, a principal mudança na vida do indivíduo que se submete a esse tratamento é a redução ou eliminação dos sintomas de incontinência fecal. Na prática, isso significa não precisar usar fraldas ou se preocupar em estar sempre perto de um banheiro.
Depois da implantação do neuroestimulador, o paciente poderá sentir ou ver uma pequena protuberância sob a pele mas, geralmente, ele não pode ser notado através da roupa.
Outra mudança para a qual vale se atentar é que esse dispositivo poderá acionar o detector de metais em aeroportos ou detectores anti furto. O paciente receberá um cartão de identificação que atesta o uso do neuroestimulador para apresentar nesses casos.
Entendeu como funciona o neuroestimulador sacral? Se você sofre com incontinência fecal, não deixe de procurar ajuda médica e melhorar sua qualidade de vida. Essa condição tem tratamento!