Ileostomia e colostomia são ostomias, ou seja, procedimentos complexos que surgem como opções terapêuticas para diversas patologias do sistema digestivo, que visam desviar o caminho da fezes em caso de doenças inflamatórias intestinais, câncer colorretal, diverticulite ou traumas.
Neste texto vou abordar as indicações para esses procedimentos, os diferentes tipos de colostomia, bem como os cuidados pós-operatórios.
Doenças que requerem ileostomia e colostomia
Ambas as cirurgias são mais comumente indicadas em casos de câncer colorretal, doença inflamatória intestinal (como a doença de Crohn e colite ulcerativa), obstrução intestinal e lesões traumáticas. As cirurgias também podem ser indicadas em casos de diverticulite aguda complicada e certas doenças congênitas.
Indicações
As cirurgias são geralmente reservadas para casos em que tratamentos não invasivos falharam ou quando há uma ameaça iminente à vida, como em casos de perfuração intestinal ou obstrução grave.
Anatomia distinta: ileostomia x colostomia
A ileostomia envolve a criação de um estoma (abertura) no íleo, a última porção do intestino delgado. A colostomia, por outro lado, envolve o cólon, a parte do intestino grosso. Ou seja, enquanto a ileostomia é feita no intestino delgado, a colostomia é realizada no intestino grosso.
Portanto, enquanto a ileostomia pode afetar mais a absorção de nutrientes, a colostomia pode ter um maior impacto na retenção de água, levando a fezes mais ressecadas.
A colostomia pode ser subdividida em quatro tipos distintos, que são:
- colostomia ascendente – realizada no cólon ascendente, geralmente produz fezes líquidas e é mais comum em casos de obstrução ou perfuração;
- colostomia descendente – envolve o cólon descendente, geralmente resulta em fezes mais densas e é comum em cânceres e doenças inflamatórias;
- colostomia transversa – realizada no cólon transverso, pode resultar em fezes semi-formadas e é comumente usada em casos de câncer ou trauma na parte média do cólon;
- colostomia úmida: especialmente usada para drenar muco e fezes de um intestino que não funciona, esta técnica pode ser temporária e serve para desviar o trânsito intestinal.
Principais cuidados
Logo após o procedimento, é preciso monitorar sinais de infecção, dor ou complicações. Além disso, a orientação sobre o manejo da bolsa coletora e do estoma é feita por uma equipe multidisciplinar, incluindo enfermeiros estomaterapeutas.
As duas cirurgias requerem um cuidado meticuloso do estoma para evitar complicações como infecção e irritação da pele. Os pacientes precisam limpar o estoma e esvaziar regularmente a bolsa coletora para evitar vazamentos e odor.
Quanto tempo dura uma ostomia?
Vale ressaltar que tanto a ileostomia quanto a colostomia podem ser procedimentos permanentes ou temporários, dependendo da condição médica e do prognóstico de cada paciente. Em alguns casos, como câncer colorretal em estágio avançado ou doença inflamatória intestinal crônica, a ostomia pode ser uma solução permanente para melhorar a qualidade de vida do paciente.
No entanto, em situações onde há potencial para cura ou melhora, como após certas cirurgias ou tratamentos, a ostomia pode ser revertida após um período de tempo determinado. A decisão sobre a permanência ou temporariedade do procedimento é sempre tomada em conjunto pelo paciente e sua equipe médica, após uma avaliação cuidadosa do caso.
Vivendo com uma ostomia
A reintegração social e a adaptação à nova condição física podem ser desafiadoras, mas muitos pacientes relatam melhora na qualidade de vida após se adaptarem aos novos cuidados e rotinas. Isso porque, os pacientes passam a ter mais liberdade para ir e vir após a cirurgia.