A cirurgia robótica trouxe muitos avanços para os tratamentos cirúrgicos em geral, se destacando, principalmente, na coloproctologia. Em relação à técnica aberta, a cirurgia robótica possibilita acessar o intestino sem uma grande e profunda incisão abdominal que pode aumentar os riscos de complicações antes e depois do procedimento.
Além disso, devido ao seu nível de precisão, a cirurgia robótica permite que, ao realizarmos as incisões, manipulações e suturas necessárias em cada procedimento, possamos evitar ao máximo causar danos às outras estruturas abdominais, o que traz diversas vantagens para o paciente.
Cirurgia robótica tornou diversos procedimentos mais seguros e avançados
No caso do tratamento do câncer de reto, por exemplo, a cirurgia robótica possibilitou a superação de obstáculos encontrados pela laparoscopia, como a dificuldade de acesso ao mesorreto e uma alta taxa de conversão para procedimentos abertos.
Para a endometriose intestinal, a cirurgia robótica possibilita uma remoção minuciosa do endométrio que se espalhou pelo intestino, preservando o órgão ao máximo enquanto contribui na redução dos sintomas da doença.
No câncer do cólon ou doença diverticular, por exemplo, a cirurgia robótica permite a remoção da porção do órgão afetada, se o paciente tiver indicação, a realização de uma anastomose. Trata-se da conexão entre as duas porções restantes do intestino, restabelecendo o fluxo natural das fezes. Com o robô, conseguimos diminuir significativamente as chances de complicações sérias como vazamento do conteúdo fecal após o procedimento.
Se você quer saber mais sobre outras possibilidades da cirurgia robótica em coloproctologia, dê uma olhada nos outros posts que eu tenho aqui no blog sobre o assunto.
O pós-operatório da cirurgia robótica intestinal
Bom, com tantas vantagens durante o procedimento, você deve estar se perguntando se esses benefícios se estendem ao período pós-operatório de uma cirurgia robótica intestinal, e se existe alguma diferença em relação ao mesmo tipo de procedimento por via aberta.
Depois de se recuperar da anestesia, os pacientes costumam iniciar a ingestão de líquidos, de acordo com as especificidades de cada tipo de procedimento.
Se o paciente teve parte do seu intestino removida, os alimentos sólidos serão introduzidos à dieta gradualmente, para que o intestino tenha um período maior para cicatrizar após a cirurgia. Nesse período, a dieta tem algumas restrições para evitar inflamação e irritação da mucosa intestinal.
Na maior parte dos casos, eles recebem alta entre 24h e 48h após a cirurgia, o que é uma grande vantagem de procedimentos minimamente invasivos.
Afinal, com menos trauma cirúrgico, o paciente consegue realizar tarefas básicas como se levantar, sentar e caminhar sozinho mais rapidamente, além de ter muito menos riscos de problemas com as incisões.
Frequentemente, o período de recuperação de uma cirurgia robótica do intestino chega a ser 50% mais curto do que o de uma cirurgia aberta, além de ser muito menos doloroso (lembrando, é claro, que o paciente conta com medicamentos prescritos pelo médico para que a dor seja controlada).