A cirurgia robótica tem se consolidado como uma inovação promissora no tratamento de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa (RCU).
Essas condições crônicas, que afetam milhares de pessoas, muitas vezes exigem intervenções cirúrgicas quando o tratamento medicamentoso não é mais eficaz.
Nesses casos, a cirurgia pode ser a melhor opção para devolver a qualidade de vida aos pacientes e a tecnologia robótica oferece uma abordagem moderna, segura e precisa, contribuindo para melhores resultados e uma recuperação mais rápida dos pacientes.
Como funciona a técnica robótica?
A técnica consiste no uso de um sistema robótico comandado por um cirurgião experiente, que opera por meio de um console, similar a um de um videogame.
O robô possui braços articulados com instrumentos cirúrgicos de alta precisão e uma câmera 3D de alta definição, que permite uma visão ampliada e detalhada da área operada.
Essa tecnologia oferece ao médico um controle mais delicado e estável dos movimentos, sendo ideal para procedimentos complexos no intestino.
Cirurgia em casos de Crohn e Retocolite Ulcerativa

Nas cirurgias para Doença de Crohn e RCU, o objetivo principal é remover os segmentos do intestino afetados pela inflamação ou pelas complicações, como estenoses, fístulas ou abscessos.
A cirurgia robótica permite que esse processo seja realizado com cortes menores e maior preservação dos tecidos saudáveis, o que é essencial em casos de doenças inflamatórias que podem comprometer múltiplas áreas do trato gastrointestinal.
Uma das principais diferenças entre a cirurgia robótica e a tradicional (aberta ou laparoscópica) está na ergonomia e na amplitude de movimentos.
Enquanto a laparoscopia utiliza instrumentos rígidos e exige destreza manual direta, o sistema robótico amplia os movimentos das mãos do cirurgião com maior precisão, reduzindo tremores e melhorando o acesso a áreas difíceis do abdômen.
Benefícios para o paciente
Entre as principais vantagens da cirurgia robótica estão a menor dor no pós-operatório, menor necessidade de analgésicos, menos perda de sangue durante o procedimento e menor risco de infecções.
Além disso, os pacientes costumam apresentar uma recuperação mais rápida, com alta hospitalar precoce e retorno antecipado às atividades do dia a dia.
Outro benefício importante é a menor incidência de complicações cirúrgicas, como aderências, hérnias e infecções de ferida operatória.
Isso ocorre porque a precisão dos movimentos robóticos reduz o trauma nos tecidos e melhora o processo de cicatrização.
Em pacientes com doenças inflamatórias intestinais, esse aspecto é especialmente relevante.
Indicações e contra-indicações da cirurgia robótica
A cirurgia robótica pode ser indicada para diversos tipos de intervenções em pacientes com Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa, incluindo ressecção de intestino delgado ou grosso, colectomias totais ou parciais e cirurgias de reconstrução do trânsito intestinal.
A escolha do procedimento depende do estágio da doença e das condições gerais do paciente.
Apesar de suas vantagens, é importante destacar que a cirurgia robótica não é indicada para todos os casos.
Pacientes com inflamação muito extensa, complicações severas ou que já passaram por múltiplas cirurgias abdominais podem não ser candidatos ideais.
A avaliação individualizada com um coloproctologista robótico experiente é fundamental.
Tecnologia acessível e em expansão
A decisão de realizar uma cirurgia robótica envolve também aspectos como a disponibilidade da tecnologia no hospital e a experiência da equipe cirúrgica. Felizmente, a técnica tem se tornado cada vez mais acessível.
Em resumo, a cirurgia robótica representa um avanço significativo no tratamento das doenças inflamatórias intestinais.
Oferecendo maior precisão, menos dor, menor tempo de recuperação e risco reduzido de complicações, essa abordagem tem transformado a experiência cirúrgica de muitos pacientes com Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa.