Dr. Rodrigo Gomes

Diverticulite: quando suspeitar

Na medicina, o sufixo “ITE” se refere a uma doença inflamatória ou inflamação de um órgão, ou de uma parte do corpo. 

Por isso, é comum nos diagnósticos o médico relatar que o paciente apresenta uma pancreatite, estomatite, gastrite, diverticulite, dentre outras somente ligadas ao aparelho digestivo. 

Hoje vamos abordar uma dessas inflamações que ocorrem de forma muito comum no intestino grosso: a diverticulite.

O que é diverticulite?

A diverticulite é a inflamação ou infecção do trato gastrointestinal que ocorre quando os divertículos formados na parede do intestino, tornam-se inflamadas ou infectadas. 

A condição é mais prevalente no intestino grosso (cólon) e pode variar de leve a grave.

Essas bolsas, chamadas de divertículos, são comuns, especialmente em pessoas com mais de 50 anos. 

O que causa a diverticulite

A causa exata da diverticulite não é completamente compreendida, mas acredita-se que esteja relacionada à dieta e ao estilo de vida. 

Uma dieta pobre em fibras pode levar à constipação, o que aumenta a pressão no cólon e pode causar a formação de divertículos. 

Fatores de riscos

Existem vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver diverticulite:

  1. Idade: O risco aumenta com a idade, especialmente após os 50 anos.
  2. Dieta: Dietas pobres em fibras e ricas em gordura e carne vermelha aumentam o risco.
  3. Sedentarismo: A falta de atividade física está associada a um maior risco de desenvolver diverticulite.
  4. Obesidade: O excesso de peso é um fator de risco significativo.
  5. Tabagismo: Fumantes têm maior risco de desenvolver a condição.
  6. Histórico Familiar: Pessoas com histórico familiar de diverticulite têm maior probabilidade de desenvolvê-la.

Como os divertículos se formam

Os divertículos se formam quando áreas fracas na parede do cólon cedem à pressão, criando pequenas bolsas. 

Essa pressão pode ser causada por constipação crônica, que força o cólon a trabalhar mais para mover as fezes, aumentando a pressão interna. 

Uma dieta pobre em fibras contribui para a constipação, tornando a formação de divertículos mais provável.

Diverticulite: quais os sintomas

Os sintomas da diverticulite variam, podendo ser leves ou até mesmo graves. Os mais comuns são:

  • dor abdominal, frequentemente no lado esquerdo; 
  • febre;
  • náuseas; 
  • vômitos; 
  • alterações no hábitos intestinal, como diarreia ou constipação;
  • sensibilidade abdominal;
  • inchaço ou distensão abdominal

Os divertículos do cólon podem apresentar sangramento retal e a busca de ajuda médica é imprescindível. Nesses casos, não é comum que tenha a inflamação da diverticulite. 

Diverticulite Aguda

A diverticulite aguda ocorre quando os divertículos se inflamam rapidamente e causam sintomas graves. Isso pode ser desencadeado por:

  • Obstrução fecal nos divertículos;
  • Infecção bacteriana;
  • Perfuração dos divertículos, que pode levar a peritonite (infecção do revestimento abdominal)

Fatores que podem agravar a diverticulite aguda:

  • Uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
  • Uso excessivo de álcool
  • Dieta inadequada e pobre em fibras
  • Estresse e falta de exercício físico

Diagnóstico da diverticulite

O diagnóstico da diverticulite geralmente envolve uma combinação de exames e testes clínicos. 

O médico pode começar com um histórico médico completo e um exame físico. Os testes mais comuns são:

  • Exames de Sangue: Para verificar sinais de infecção ou inflamação.
  • Tomografia Computadorizada (TC): É o método mais comum e eficaz para diagnosticar diverticulite, identificando inflamação e complicações.
  • Ultrassonografia: Pode ser usada em alguns casos, especialmente para descartar outras condições.
  • Exame de Fezes: Para verificar a presença de sangue ou infecção.
  • Colonoscopia: Geralmente não é usada durante uma crise aguda devido ao risco de perfuração, mas pode ser realizada posteriormente para avaliar a extensão da doença.

Quais complicações a diverticulite pode ter?

Se não for tratada adequadamente, a diverticulite pode levar a complicações graves, incluindo:

  • Abscessos: coleções de pus que se formam no cólon ou na proximidade.
  • Perfuração: Uma ruptura no cólon que pode causar peritonite.
  • Fístulas: Conexões anormais entre o cólon e outros órgãos, como a bexiga.
  • Obstrução Intestinal: Bloqueio parcial ou total do intestino.
  • Septicemia: Infecção grave que pode se espalhar por todo o corpo.

Qual é o tratamento para diverticulite

O tratamento para a diverticulite depende da gravidade da condição. Para casos leves, o tratamento pode incluir:

  • Antibióticos: Para tratar infecções bacterianas.
  • Dieta Líquida: Para permitir que o cólon descanse e se recupere.
  • Analgésicos: Para aliviar a dor.

Para casos graves ou complicações, o tratamento pode envolver:

  • Hospitalização: Para tratamento intensivo e monitoramento.
  • Drenagem de Abscessos: Procedimentos para remover pus e infecções.
  • Cirurgia: Em casos de complicações graves, como perfuração ou obstrução intestinal.

É preciso fazer cirurgia para diverticulite?

A cirurgia para diverticulite é necessária em cerca de 20-30% dos casos e pode ser recomendada para:

  • Complicações como perfuração, abscessos recorrentes ou fístulas.
  • Falta de resposta ao tratamento medicamentoso.
  • Episódios repetidos de diverticulite que afetam a qualidade de vida.

Os tipos de cirurgia incluem:

  • Ressecção do Cólon: Remoção da parte afetada do cólon e reconexão das extremidades saudáveis.
  • Colostomia: Em casos de emergência, uma abertura temporária pode ser feita na parede abdominal para desviar as fezes.

Diverticulite pode virar câncer?

A diverticulite em si não se transforma em câncer. No entanto, é importante monitorar a saúde do cólon devido a algumas considerações:

  1. Inflamação Crônica: Embora a diverticulite não cause câncer diretamente, a inflamação crônica no cólon pode aumentar o risco de outras complicações, que devem ser monitoradas.
  1. Sintomas semelhantes: Os sintomas da diverticulite e do câncer colorretal podem ser semelhantes, como dor abdominal, alterações nos hábitos intestinais e sangramento retal. Por isso, é crucial realizar exames de rotina e diagnóstico adequado para distinguir entre as duas condições.
  2. Exames de rastreamento: Colonoscopias regulares são recomendadas para monitorar a saúde do cólon, especialmente para indivíduos com histórico de doenças intestinais, para detectar qualquer anormalidade precocemente.
  3. Consulta médica regular: Consultar regularmente um coloproctologista ajuda a acompanhar a saúde do cólon e a tratar qualquer condição precocemente, reduzindo o risco de complicações sérias.

Em resumo, enquanto a diverticulite não evolui para câncer, a vigilância e o acompanhamento médico são essenciais para garantir a saúde do cólon e prevenir possíveis complicações.

Recomendações de como prevenir a diverticulite

Prevenir a diverticulite envolve adotar um estilo de vida saudável e uma dieta rica em fibras. Aqui estão algumas medidas essenciais:

  1. Aumente a Ingestão de Fibras: Inclua frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas na sua dieta para manter as fezes macias e promover movimentos intestinais regulares.
  2. Hidrate-se adequadamente: Beber bastante água ajuda as fibras a se moverem pelo sistema digestivo e previne a constipação.
  3. Mantenha um peso saudável: Controlar o peso através de uma dieta equilibrada e exercícios regulares reduz a pressão no cólon.
  4. Pratique exercícios regularmente: Atividades físicas como caminhada, corrida e ciclismo promovem a motilidade intestinal.
  5. Evite o tabagismo: Parar de fumar pode melhorar a saúde geral e reduzir o risco de inflamação nos divertículos.
  6. Evite consumo exagerado de álcool e cafeína: Modere a ingestão dessas substâncias para evitar irritações no trato digestivo.
  7. Mantenha uma alimentação balanceada: Consuma proteínas magras, gorduras saudáveis e uma variedade de vitaminas e minerais.
  8. Controle o estresse: Técnicas para amenizar o estresse como meditação e yoga podem ajudar na melhora da saúde digestiva.

Implementar essas práticas ajuda a reduzir o risco de desenvolver diverticulite e melhora a saúde digestiva geral.

Vale lembrar que apesar de a diverticulite ser uma doença relativamente comum, é uma condição que exige atenção e cuidados específicos. 

O diagnóstico preciso e o tratamento apropriado são essenciais para controlar a diverticulite e prevenir suas complicações. 

Portanto, se você apresenta sintomas ou tem fatores de risco para diverticulite: não hesite em procurar o Dr. Rodrigo Gomes da Silva, coloproctologista com 30 anos com vasta experiência e especialização em cirurgia robótica.

Diverticulite: quando suspeitar

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