Dr. Rodrigo Gomes

Peritonectomia e HIPEC no tratamento do câncer de peritônio

Peritonectomia e HIPEC no tratamento do câncer de peritônio

A peritonectomia, também conhecida como cirurgia citorredutora, é um procedimento cirúrgico complexo destinado a remover o peritônio, uma membrana que reveste a cavidade abdominal e cobre a maioria dos órgãos abdominais. 

Esse procedimento é geralmente indicado em casos de carcinomatose peritoneal, ou seja, câncer de peritônio, onde células cancerígenas se espalham pelo peritônio.

A peritonectomia visa eliminar ao máximo essas células malignas, reduzindo a carga tumoral e, consequentemente, os sintomas associados.

O câncer de peritônio pode ser primário, como o mesotelioma peritoneal, frequentemente relacionado à exposição ao amianto, ou secundário, resultante da disseminação de outros cânceres, como de ovário, colorretal, gástrico e de apêndice. 

O câncer primário é raro e pode ser influenciado por fatores genéticos, enquanto o secundário é mais comum, ocorrendo quando células cancerígenas sofrem metástase para esse órgão. 

O diagnóstico envolve exames de imagem, laparoscopia e marcadores tumorais, e o tratamento pode incluir, além da cirurgia citorredutora, HIPEC, quimioterapia sistêmica e terapias alvo.

Quando a peritonectomia é necessária?

A indicação para a peritonectomia geralmente ocorre em pacientes com cânceres que se disseminaram para o peritônio. 

Os tipos mais comuns de câncer que podem necessitar dessa cirurgia incluem câncer de ovário, câncer colorretal e mesotelioma peritoneal

Além disso, a peritonectomia pode ser indicada para pacientes com pseudomixoma peritoneal, uma condição rara onde um tumor benigno ou maligno no apêndice produz excesso de muco que se acumula na cavidade abdominal.

Como é realizada a peritonectomia?

A cirurgia de peritonectomia é extensa e pode durar várias horas. Inicialmente, na cirurgia aberta, o médico faz uma incisão ampla no abdômen para acessar a cavidade abdominal. 

Em seguida, o peritônio e quaisquer tumores visíveis são cuidadosamente removidos.

Já no procedimento minimamente invasivo, laparoscópico ou robótico, pequenas incisões são feitas no abdômen, e o cirurgião consegue ver o tumor através de câmera acoplada. 

Essa tecnologia permite a remoção precisa do peritônio e tumores, minimizando danos aos tecidos circundantes e proporcionando uma recuperação mais rápida e com menos complicações para o paciente. 

No entanto, essa abordagem só é possível quando a quantidade de doença no peritônio é pequena.

Frequentemente, dependendo da extensão da doença, pode ser necessário remover partes de outros órgãos, como intestinos, fígado e baço.

O papel da HIPEC na peritonectomia

Uma abordagem frequentemente combinada com a peritonectomia é a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC)

Após a remoção do peritônio e de outros tecidos afetados, uma solução de quimioterapia aquecida é introduzida na cavidade abdominal. 

A HIPEC ajuda a eliminar quaisquer células cancerígenas remanescentes, aumentando a eficácia do tratamento e reduzindo a probabilidade de recidiva.

A combinação de peritonectomia com HIPEC tem mostrado melhorar significativamente os resultados para pacientes com câncer de peritônio. 

Estudos indicam que essa abordagem pode prolongar a sobrevivência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

A HIPEC, ao ser administrada diretamente na cavidade abdominal e a altas temperaturas, permite uma maior concentração de quimioterapia nas áreas afetadas, com menos efeitos colaterais sistêmicos.

Indicações para peritonectomia

A peritonectomia é indicada para pacientes com tumores considerados ressecáveis. 

A avaliação pré-operatória é essencial para determinar a extensão da doença e a viabilidade da cirurgia. 

Pacientes com boa saúde geral, sem doenças crônicas graves e com função orgânica preservada são candidatos ideais para este procedimento.

Preparação e riscos relacionados a peritonectomia

A preparação para a peritonectomia envolve uma série de exames pré-operatórios para avaliar a condição do paciente. 

Isso inclui exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), além de exames laboratoriais para verificar a função dos órgãos e o estado geral de saúde. 

A equipe médica também discute com o paciente e seus familiares, os riscos e benefícios do procedimento.

Como qualquer cirurgia de grande porte, a peritonectomia vem com riscos e possíveis complicações. 

Entre os riscos estão: infecção, sangramento, complicações pulmonares e insuficiência renal. 

A recuperação pode ser prolongada e requer cuidados intensivos pós-operatórios. 

No entanto, com uma equipe cirúrgica experiente e cuidados adequados, muitos pacientes conseguem se recuperar bem e obter benefícios significativos do procedimento.

Recuperação pós-operatória

A recuperação após a peritonectomia e HIPEC pode ser desafiadora e exige um período de internação hospitalar prolongado. 

Os pacientes geralmente precisam de suporte nutricional, manejo da dor e monitoramento rigoroso para detectar quaisquer complicações precoces. 

A reabilitação inclui fisioterapia para ajudar na mobilidade e no fortalecimento físico, além de acompanhamento contínuo com a equipe oncológica.

Os resultados a longo prazo variam conforme o tipo de câncer e a extensão da doença. Pacientes com tumores menos agressivos e aqueles que respondem bem à quimioterapia tendem a ter melhores prognósticos. 

O acompanhamento regular é fundamental para monitorar a recidiva da doença e a saúde geral do paciente.

A peritonectomia, especialmente quando combinada com HIPEC, representa uma importante opção de tratamento para pacientes com carcinomatose peritoneal, é uma das opções a ser considerada pelos pacientes. 

Se você ou um familiar está com esse prognóstico, converse com seu médico, ele será a melhor pessoa para te aconselhar.

Peritonectomia e HIPEC no tratamento do câncer de peritônio

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